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As arengas militares – discursos de exortação antes das batalhas – tornaram-se parte integrante da escrita das obras historiográficas antigas, especialmente a partir do modelo criado por Tucídides, que fez de tais discursos uma forma de explicitar as justificativas e as táticas bélicas apresentadas ao narrar os eventos. Nesse sentido, há uma íntima relação entre o discurso (λόγοι) e as ações (ἔργα), e a presença desse tipo de discurso evidencia, por relações de estabilidade ou instabilidade, a interpretação que o historiador dá ao evento como um todo, justificando e explicando a vitória ou a derrota. Xenofonte, nas Helênicas, faz pouco uso desse expediente narrativo, e tal procedimento parece ancorar-se na sua falta de crença nesse artifício como efetivo mecanismo para instaurar coragem e disposição nas tropas, conforme é apresentado na Ciropedia. Dessa forma, o objetivo desse artigo é analisar as arengas militares nas Helênicas de Xenofonte, buscando compreendê-las como se relacionam com os eventos narrados pelo historiador e de que modo elas ajudam a evidenciar aspectos para a compreensão das cenas em que estão envolvidas.