尊重传记到最后:一个更适合以人为本的护理严重意识障碍患者的人格概念

B. Andrade, Marco Antonio Azevedo
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Portanto, levando a SCP a sério, parece necessário que o conceito de pessoa seja estendido para incluir indivíduos com níveis de consciência insipientes ou imaturos, bem como aqueles com deficiências mentais graves ou permanentes. Neste artigo, discutiremos criticamente alguns conceitos filosóficos influentes sobre o que entendemos ou devemos entender por “pessoa”, buscando uma abordagem mais ampla e inclusiva. Propomos uma abordagem ontológica segundo a qual pessoas são compreendidas como seres dotados de uma biografia socialmente reconhecida, o que implica reconhecer esses indivíduos como portadores não apenas de necessidades em saúde, mas de interesses e demandas legítimas. Tais interesses e demandas, além das necessidades em bem-estar, não são expressos diretamente por elas devido, dadas suas deficiências graves, como ocorre com os indivíduos com TGC. Disso resulta que, no âmbito de uma SCP, para os pacientes que padecem de TGC, não é apenas o cuidado que importa, mas também o respeito. Os cuidadores, portanto, devem não apenas cuidar, movidos por simpatia ou compaixão, do bem-estar desses indivíduos, mas também devem se preocupar em respeitar seus interesses e direitos, interpretando-os de forma empática, à luz de sua história pessoal ou biográfica. 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摘要

以人为本的健康方法侧重于将个人视为人,而不仅仅是患者。然而,在哲学中,根据传统的方法,并不是所有的人(严格地)都是“人”。现在,对于SCP来说,重要的是把所有的病人都当作人来对待,有必要重新思考由最不同的人格本体论方法提出的定义和概念。毕竟,不仅仅是那些自我成熟、理性的人需要医疗保健。对于cps来说,新生儿、婴儿、儿童、智障人士和老年痴呆症患者,甚至患有严重意识障碍的人,也是享有保健权利的人。因此,认真对待SCP,似乎有必要将人的概念扩展到意识水平不成熟或不成熟的人,以及那些有严重或永久性精神障碍的人。在这篇文章中,我们将批判性地讨论一些有影响力的哲学概念,关于我们理解或应该理解的“人”,寻求一个更广泛和包容的方法。我们提出了一种本体论的方法,根据这种方法,人们被理解为具有社会认可的传记的人,这意味着承认这些人不仅是健康需求的载体,而且是合法利益和需求的载体。这些兴趣和需求,除了福利需求之外,并没有直接由他们表达,因为他们有严重的缺陷,就像gcd患者的情况一样。因此,在SCP的背景下,对于gct患者来说,不仅关心很重要,而且尊重也很重要。因此,照顾者不仅必须出于同情或同情,关心这些人的福祉,而且还必须关心尊重他们的利益和权利,根据他们的个人或传记历史,以移情的方式解释他们的利益和权利。我们的结论是,为了保持一致性,SCP必须将gct患者视为人,而我们修改后的人格概念完全符合这一要求。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Respeitando biografias até o fim: uma concepção de personalidade mais adequada ao cuidado centrado na pessoa de indivíduos com transtornos graves da consciência
A abordagem conhecida como Saúde Centrada na Pessoa (SCP) tem seu foco nos indivíduos tomados como pessoas e não apenas como pacientes. Contudo, em filosofia, segundo as abordagens tradicionais, nem todos os seres humanos são (estritamente) “pessoas”. Ora, se para a SCP, importa tomar a todos os pacientes como pessoas, é preciso repensar as definições e conceitos propostos pelas mais diferentes abordagens ontológicas sobre a personalidade. Afinal, não são apenas os indivíduos com um self maduro e racional que demandam cuidados em saúde. Para a SCP, recém-nascidos, bebês, crianças, deficientes mentais e idosos com demência, e mesmo as pessoas portadoras de transtornos graves de consciência (TGC), também são pessoas com direitos a cuidados de saúde. Portanto, levando a SCP a sério, parece necessário que o conceito de pessoa seja estendido para incluir indivíduos com níveis de consciência insipientes ou imaturos, bem como aqueles com deficiências mentais graves ou permanentes. Neste artigo, discutiremos criticamente alguns conceitos filosóficos influentes sobre o que entendemos ou devemos entender por “pessoa”, buscando uma abordagem mais ampla e inclusiva. Propomos uma abordagem ontológica segundo a qual pessoas são compreendidas como seres dotados de uma biografia socialmente reconhecida, o que implica reconhecer esses indivíduos como portadores não apenas de necessidades em saúde, mas de interesses e demandas legítimas. Tais interesses e demandas, além das necessidades em bem-estar, não são expressos diretamente por elas devido, dadas suas deficiências graves, como ocorre com os indivíduos com TGC. Disso resulta que, no âmbito de uma SCP, para os pacientes que padecem de TGC, não é apenas o cuidado que importa, mas também o respeito. Os cuidadores, portanto, devem não apenas cuidar, movidos por simpatia ou compaixão, do bem-estar desses indivíduos, mas também devem se preocupar em respeitar seus interesses e direitos, interpretando-os de forma empática, à luz de sua história pessoal ou biográfica. Nossa conclusão é que, para ser coerente, a SCP deve considerar pessoas com TGC como pessoas, e que nosso conceito revisado de personalidade se adapta perfeitamente a essa exigência.
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