Prevalência da soropositividade para sífilis congênita na Região Centro-Sul do estado do Rio Grande do Sul

A bactéria Treponema pallidum é reconhecida mundialmente como o agente causador da sífilis. Essa infecção é capaz de promover sífilis congênita (SC), característica da ocorrência de transmissão vertical na gestação, podendo progredir para neurosífilis, e tendo como consequência a prematuridade e até mesmo aborto. A SC é um grave problema de saúde pública no mundo todo. O objetivo do presente estudo foi determinar a prevalência de sífilis congênita na maternidade do Hospital Nossa Senhora Aparecida de Camaquã/RS (HNSA). Este estudo transversal retrospectivo que incluiu todos os casos de SC ocorridos no ano de 2019, identificados pela busca ativa das gestantes no banco de dados informatizado do hospital. As variáveis qualitativas foram verificadas pelo teste qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher. Os dados quantitativos foram comparados pelo teste t de Student. Todas as análises foram bilaterais com nível de significância de 5% (p <0,05). A frequência para a Sífilis Gestacional (SG) foi de 4,4% (24/545), enquanto a SC foi detectada em 2,0% (11/545) da amostra. A frequência de SG foi superior nos meses de julho, novembro e dezembro de 2019 (p <0,05). A SG foi associada com a cor de pele da mãe (branca) e tempo de gestação (1º e 2º semestre), enquanto que a SC foi associada com a faixa etária das mães (21 a 25 anos) (p <0,05). Não houve diferença significativa entre as idades dos casos de SG e SC e aqueles que apresentaram resultados negativos (p >0,05). Os resultados podem servir de base para desenvolver ações de promoção da saúde, prevenção e assistência as gestantes, buscando uma melhor compreensão dos fatores determinantes na abordagem da sífilis na gestação, seja por problemas no diagnóstico ou pelo tratamento oferecido à gestante e parceiro.