Laís Roberta Sábio, Juliana Fernandes Areal Carrizo, Heloísa Pedro Germano, Lahis Canello Müller
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RESULTADOS: Indivíduos infectados por SARS-CoV-2 demonstraram decréscimo na diversidade da microbiota intestinal quando comparados aos controles em estudos com metodologia similar. Houve predominância de gêneros oportunísticos, tais como Actinomyces, Rothia, Streptococcus, Veillonella, Coprobacillus, Clostridium ramosum e Clostridium hathewayi ao mesmo tempo em que houve correlação positiva com a severidade da COVID-19 associados a marcadores de inflamação intestinal. Além disso, os pacientes infectados também apresentaram um decréscimo de bactérias benéficas, tais como dos gêneros Bifidobacterium, Agathobacter, Fusicatenibacter, Roseburia e da família Ruminococcaceae e foram correlacionados negativamente com a progressão da doença. Ainda, durante a hospitalização por COVID-19, a quantidade relativa de Bacteroides dorei, B. massiliensis, B. ovatus e B. thetaiotaomicron foi inversamente correlacionada à carga viral nas fezes de pacientes com COVID-19. Durante hospitalização, pacientes infectados mostraram aumento de fungos oportunistas mesmo após eliminação do vírus e resolução dos sintomas, sugerindo um microbioma intestinal instável e persistente disbiose. Em biópsias de casos fatais de COVID-19 foram detectadas espécies comumente encontradas na microbiota intestinal tais como Enterobacter, Escherichia coli, Klebsiella e Proteus, nos pulmões de pacientes falecidos por COVID-19, o que evidencia a relação da microbiota intestinal com a pulmonar. CONCLUSÃO: Tendo em vista esses achados é possível concluir que mudanças na composição da microbiota intestinal podem contribuir com o estabelecimento e progressão da doença. 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PAPEL DA MICROBIOTA INTESTINAL NO DESENVOLVIMENTO DA INFECÇÃO POR SARS-COV-2
INTRODUÇÃO: A microbiota intestinal é conhecida por influenciar e ser influenciada por diversos sistemas orgânicos do corpo humano. Dentre eles, sua interface com o sistema imunológico tem recebido atenção por seu papel na execução e modulação de respostas imunológicas. Recentemente foi demonstrada uma interação bidirecional da microbiota intestinal com a mucosa respiratória, o que foi denominado como eixo intestino-pulmão. OBJETIVO: Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi analisar o envolvimento da microbiota intestinal na infecção por SARS-CoV-2. METODOLOGIA: Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed, onde foram selecionados artigos condizentes ao tema publicados entre 2020 e 2021. RESULTADOS: Indivíduos infectados por SARS-CoV-2 demonstraram decréscimo na diversidade da microbiota intestinal quando comparados aos controles em estudos com metodologia similar. Houve predominância de gêneros oportunísticos, tais como Actinomyces, Rothia, Streptococcus, Veillonella, Coprobacillus, Clostridium ramosum e Clostridium hathewayi ao mesmo tempo em que houve correlação positiva com a severidade da COVID-19 associados a marcadores de inflamação intestinal. Além disso, os pacientes infectados também apresentaram um decréscimo de bactérias benéficas, tais como dos gêneros Bifidobacterium, Agathobacter, Fusicatenibacter, Roseburia e da família Ruminococcaceae e foram correlacionados negativamente com a progressão da doença. Ainda, durante a hospitalização por COVID-19, a quantidade relativa de Bacteroides dorei, B. massiliensis, B. ovatus e B. thetaiotaomicron foi inversamente correlacionada à carga viral nas fezes de pacientes com COVID-19. Durante hospitalização, pacientes infectados mostraram aumento de fungos oportunistas mesmo após eliminação do vírus e resolução dos sintomas, sugerindo um microbioma intestinal instável e persistente disbiose. Em biópsias de casos fatais de COVID-19 foram detectadas espécies comumente encontradas na microbiota intestinal tais como Enterobacter, Escherichia coli, Klebsiella e Proteus, nos pulmões de pacientes falecidos por COVID-19, o que evidencia a relação da microbiota intestinal com a pulmonar. CONCLUSÃO: Tendo em vista esses achados é possível concluir que mudanças na composição da microbiota intestinal podem contribuir com o estabelecimento e progressão da doença. No entanto, mais estudos são necessários a fim de esclarecer se a microbiota intestinal modula o sistema imunológico frente à infecção por SARS-CoV-2 e/ou é afetada pela resposta imunológica frente à infecção por esse vírus.