Yuri Borges Bitu de Freitas, J. A. P. D. Oliveira, Natan Augusto de Almeida Santana, Alexandre Augusto de Andrade Santana, Bernardo Malheiros Tessari, Sérgio Gabriell de Oliveira Moura
{"title":"饮食失调的遗传和表观遗传影响:系统综述","authors":"Yuri Borges Bitu de Freitas, J. A. P. D. Oliveira, Natan Augusto de Almeida Santana, Alexandre Augusto de Andrade Santana, Bernardo Malheiros Tessari, Sérgio Gabriell de Oliveira Moura","doi":"10.54265/jncz6095","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"INTRODUÇÃO: Os transtornos alimentares são caracterizados por medo mórbido de engordar, preocupação exagerada com peso e com a forma corporal, redução voluntária do consumo nutricional com progressiva perda de peso, ingestão maciça de alimentos, seguida de vômitos, e uso abusivo de laxantes e/ou diuréticos. Essas graves patologias são influenciadas por questões individuais, familiares e socioculturais, principalmente midiáticos e estéticos. Eventos adversos, como trauma sexual, podem ser fatores de risco não-específico para a bulimia nervosa e anorexia nervosa, sendo esses os transtornos que mais afetam à população. OBJETIVOS: Avaliar possíveis associações genéticas e epigenéticas no contexto dos transtornos alimentares. MÉTODOS: Trata-se de revisão sistemática da literatura, realizada na base de dados PubMed. Foram utilizados os seguintes descritores: “eating disorders” e “gene”, e os filtros: “in the last 5 years” e “humans”. Um total de 9 artigos foi incluído. RESULTADOS: Pôde-se constatar diversas associações genéticas e epigenética com os distúrbios alimentares. Estudos encontraram alterações no padrão de metilação no gene HDACD4, em tecidos periféricos de pacientes com anorexia nervosa, em comparação com o grupo controle. Variantes do gene NNAT e alterações na sua expressão podem estar relacionadas à suscetibilidade ao desenvolvimento de distúrbios alimentares, como a anorexia nervosa. A acetilação de histonas pode estar associada a patologias comportamentais. Variantes do gene SLC6A4 estão relacionados com possível dano ou ganho de função e podem estar envolvidos na suscetibilidade de pacientes com anorexia e bulimia nervosas. O polimorfismo de nucleotídeo único (SNP), rs4869317, da leucil/cistinilaminopeptidase pode estar envolvido no desenvolvimento de psicopatologia de distúrbios alimentares. CONCLUSÃO: As patologias alimentares têm sido objeto de estudo no que diz respeito às suas interações genéticas, epigenéticas e ambientais. Há, seguramente, contribuição genética, entre 31% e 80%, na bulimia nervosa, e, apesar da grande variação (0% a 80%), também na anorexia nervosa. Assim, o conhecimento genético desses distúrbios pode ser importante ferramenta para o tratamento dos transtornos em questão.","PeriodicalId":289004,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Nacional Online de Clínica Médica - II CONCLIMED","volume":"106 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"INFLUÊNCIAS GENÉTICAS E EPIGENÉTICAS NOS DISTÚRBIOS ALIMENTARES: REVISÃO SISTEMÁTICA\",\"authors\":\"Yuri Borges Bitu de Freitas, J. A. P. D. Oliveira, Natan Augusto de Almeida Santana, Alexandre Augusto de Andrade Santana, Bernardo Malheiros Tessari, Sérgio Gabriell de Oliveira Moura\",\"doi\":\"10.54265/jncz6095\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"INTRODUÇÃO: Os transtornos alimentares são caracterizados por medo mórbido de engordar, preocupação exagerada com peso e com a forma corporal, redução voluntária do consumo nutricional com progressiva perda de peso, ingestão maciça de alimentos, seguida de vômitos, e uso abusivo de laxantes e/ou diuréticos. Essas graves patologias são influenciadas por questões individuais, familiares e socioculturais, principalmente midiáticos e estéticos. Eventos adversos, como trauma sexual, podem ser fatores de risco não-específico para a bulimia nervosa e anorexia nervosa, sendo esses os transtornos que mais afetam à população. OBJETIVOS: Avaliar possíveis associações genéticas e epigenéticas no contexto dos transtornos alimentares. MÉTODOS: Trata-se de revisão sistemática da literatura, realizada na base de dados PubMed. Foram utilizados os seguintes descritores: “eating disorders” e “gene”, e os filtros: “in the last 5 years” e “humans”. Um total de 9 artigos foi incluído. RESULTADOS: Pôde-se constatar diversas associações genéticas e epigenética com os distúrbios alimentares. Estudos encontraram alterações no padrão de metilação no gene HDACD4, em tecidos periféricos de pacientes com anorexia nervosa, em comparação com o grupo controle. Variantes do gene NNAT e alterações na sua expressão podem estar relacionadas à suscetibilidade ao desenvolvimento de distúrbios alimentares, como a anorexia nervosa. A acetilação de histonas pode estar associada a patologias comportamentais. Variantes do gene SLC6A4 estão relacionados com possível dano ou ganho de função e podem estar envolvidos na suscetibilidade de pacientes com anorexia e bulimia nervosas. O polimorfismo de nucleotídeo único (SNP), rs4869317, da leucil/cistinilaminopeptidase pode estar envolvido no desenvolvimento de psicopatologia de distúrbios alimentares. CONCLUSÃO: As patologias alimentares têm sido objeto de estudo no que diz respeito às suas interações genéticas, epigenéticas e ambientais. Há, seguramente, contribuição genética, entre 31% e 80%, na bulimia nervosa, e, apesar da grande variação (0% a 80%), também na anorexia nervosa. Assim, o conhecimento genético desses distúrbios pode ser importante ferramenta para o tratamento dos transtornos em questão.\",\"PeriodicalId\":289004,\"journal\":{\"name\":\"Anais do II Congresso Nacional Online de Clínica Médica - II CONCLIMED\",\"volume\":\"106 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-09-05\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Anais do II Congresso Nacional Online de Clínica Médica - II CONCLIMED\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.54265/jncz6095\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Nacional Online de Clínica Médica - II CONCLIMED","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.54265/jncz6095","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
INFLUÊNCIAS GENÉTICAS E EPIGENÉTICAS NOS DISTÚRBIOS ALIMENTARES: REVISÃO SISTEMÁTICA
INTRODUÇÃO: Os transtornos alimentares são caracterizados por medo mórbido de engordar, preocupação exagerada com peso e com a forma corporal, redução voluntária do consumo nutricional com progressiva perda de peso, ingestão maciça de alimentos, seguida de vômitos, e uso abusivo de laxantes e/ou diuréticos. Essas graves patologias são influenciadas por questões individuais, familiares e socioculturais, principalmente midiáticos e estéticos. Eventos adversos, como trauma sexual, podem ser fatores de risco não-específico para a bulimia nervosa e anorexia nervosa, sendo esses os transtornos que mais afetam à população. OBJETIVOS: Avaliar possíveis associações genéticas e epigenéticas no contexto dos transtornos alimentares. MÉTODOS: Trata-se de revisão sistemática da literatura, realizada na base de dados PubMed. Foram utilizados os seguintes descritores: “eating disorders” e “gene”, e os filtros: “in the last 5 years” e “humans”. Um total de 9 artigos foi incluído. RESULTADOS: Pôde-se constatar diversas associações genéticas e epigenética com os distúrbios alimentares. Estudos encontraram alterações no padrão de metilação no gene HDACD4, em tecidos periféricos de pacientes com anorexia nervosa, em comparação com o grupo controle. Variantes do gene NNAT e alterações na sua expressão podem estar relacionadas à suscetibilidade ao desenvolvimento de distúrbios alimentares, como a anorexia nervosa. A acetilação de histonas pode estar associada a patologias comportamentais. Variantes do gene SLC6A4 estão relacionados com possível dano ou ganho de função e podem estar envolvidos na suscetibilidade de pacientes com anorexia e bulimia nervosas. O polimorfismo de nucleotídeo único (SNP), rs4869317, da leucil/cistinilaminopeptidase pode estar envolvido no desenvolvimento de psicopatologia de distúrbios alimentares. CONCLUSÃO: As patologias alimentares têm sido objeto de estudo no que diz respeito às suas interações genéticas, epigenéticas e ambientais. Há, seguramente, contribuição genética, entre 31% e 80%, na bulimia nervosa, e, apesar da grande variação (0% a 80%), também na anorexia nervosa. Assim, o conhecimento genético desses distúrbios pode ser importante ferramenta para o tratamento dos transtornos em questão.