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HANS JONAS E O NIILISMO: O HÓSPEDE MAIS SINISTRO NÃO PODE DESTRUIR A CASA
Pretende-se com este artigo, demonstrar como o niilismo é um dos conceitos centrais da obra de Hans Jonas. Para isso, analisaremos como o problema se desdobra em sua obra a partir de três perspectivas complementares: a identificação de um niilismo cósmico, cujo primeira aparição são os movimentos gnósticos da Antiguidade tardia e seus impactos sobre o cristianismo primitivo; um niilismo antropológico derivado dessa posição gnóstica e agravado pela filosofia existencialista; um niilismo ético e tecnológico, que tanto serve para diagnosticar a tecnologia como “vontade de ilimitado poder” quanto para compreender a crise ambiental a partir da crise de valores que marca o Ocidente a partir da modernidade. Com isso, o niilismo, interpretado como velle nihil, ou seja, como vontade de negação e, mais especificamente, de destruição, é uma chave interpretativa para a crise ambiental. Dessa forma, a obra de Jonas pode ser considerada como uma tentativa de evitar que o “mais estranho dos hóspedes” destrua a própria morada.