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Os textos e reflexões esporádicos de Vilém Flusser sobre o cinema nos permitem ao menos esboçar os princípios gerais de uma teoria, fundada na ideia do papel social desse meio como elemento de intervenção e transformação da cultura. A hipótese central do artigo é que as ideias do pensador checo convergem na noção do cinema como instrumento de preparação para a vida em uma sociedade pós-histórica. Suas proposições sobre o tema se aproximam tanto da noção de um cinema expandido como de conceitos desenvolvidos no campo do pós-humanismo, das filosofias da diferença e de proposições cosmopolíticas. Mais que isso, pretende-se sugerir que certas práticas textuais do autor também operam a partir de mecanismos essencialmente cinematográficos.