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A vocação política, tal qual mobilizada por esses parlamentares, carrega dois sentidos: por um lado a acepção weberiana de vocação, segundo a qual a atividade política deve servir de meio para a defesa de uma “causa”. Por outro, a própria inserção no campo político, o “chamamento”, por assim dizer, para a atividade representativa deriva da necessidade de grupos de identidade religiosa, a partir de espaços institucionais, incutir sua “visão de mundo cristã” e influenciar políticas públicas que os afetam direta ou indiretamente. O entendimento de que suas atividades políticas cumprem uma “missão” através da estrutura institucional reforça a legitimidade de seus mandatos frente às comunidades religiosas que representam confirmando a ideia de que são vocacionados para a política. \nPalavras-chave: Pertença religiosa. Representação política. 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O objetivo deste artigo é o de analisar as representações que parlamentares ligados a denominações religiosas elaboram acerca da legitimidade do exercício parlamentar a partir da ideia de vocação, gerada pela própria pertença religiosa. Em outras palavras, pretendemos responder à seguinte questão: a partir de que elementos a pertença religiosa é acionada como legitimadora de pretensões eleitorais e exercício parlamentar no Brasil contemporâneo? Partindo das noções de vocação, legitimidade e trajetória, analisou-se as “razões religiosas” elencadas por dois vereadores da cidade de Fortaleza (Ceará) como mecanismos de legitimação do ingresso e da permanência na política: o católico carismático Jorge Pinheiro (PSDB) e a evangélica da Assembleia de Deus, Priscila Costa (PSC). A vocação política, tal qual mobilizada por esses parlamentares, carrega dois sentidos: por um lado a acepção weberiana de vocação, segundo a qual a atividade política deve servir de meio para a defesa de uma “causa”. Por outro, a própria inserção no campo político, o “chamamento”, por assim dizer, para a atividade representativa deriva da necessidade de grupos de identidade religiosa, a partir de espaços institucionais, incutir sua “visão de mundo cristã” e influenciar políticas públicas que os afetam direta ou indiretamente. O entendimento de que suas atividades políticas cumprem uma “missão” através da estrutura institucional reforça a legitimidade de seus mandatos frente às comunidades religiosas que representam confirmando a ideia de que são vocacionados para a política.
Palavras-chave: Pertença religiosa. Representação política. Vocação política.