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Em Foucault, a problemática do poder comparece sempre referida à materialidade do corpo, às suas características e potencialidades. Com a noção de poder disciplinar, ele assinala uma vertente individualizante do poder, que atua nos corpos tendo como objetivo torná-los úteis e dóceis. Foucault também coloca em evidência um poder que se exerce sobre a população (a biopolítica), que reconhece a coletividade e intervém sobre ela, especificamente sobre sua condição corporal . A partir dos referenciais acima descritos, este estudo tem por objetivo analisar a trajetória de crescente politização das temáticas ligadas ao corpo e à sexualidade que ganharam destaque ao longo do século XX e que, de modo parcial, foram incorporadas ao debate cotidiano das populações. Do ponto de vista metodológico, trata-se de estudo teórico e qualitativo que reúne subsídios para a análise da presença recorrente das tematícas corporais nos diferentes contextos da contemporaneidade. Dentre os resultados obtidos tem-se que as características classificatórias do corpo humano vivo, tais como gênero, sexualidade e faixa etária tornaram-se alvo de uma atenção permanente, seja na forma de produção de conhecimento sobre as mesmas ou ainda como objeto de uma sensibilização que toma o corpo em sua dimensão política inscrevendo-o, a partir daí, nas políticas institucionalizadas e nas legislações. Como conclusão parcial chega-se à constatação de que está em curso uma mudança normativa e valorativa de amplo alcance que tem na questão do corpo sexuado seu eixo principal.