O. C. Oliveira, Marcos do Vale Araujo, Lucca Giannini Palermo Moreno Belfi
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O fenômeno da globalização produziu classes favorecidas e integradas às cadeias globais de produção, bem como classes marginalizadas alheias a esses processos. Ademais, gerou a desintegração de vínculos sociais e coletividades, estimulando a ascensão de uma gama de mobilizações anti-establishment, sobretudo de extrema-direita. O caso brasileiro é particularmente sintomático desta conjuntura, onde, desde o início dos anos 2010, foi possível verificar um conjunto de forças reacionárias que ascenderam no âmbito da sociedade civil e política, contribuindo para consolidação do atual governo de Jair Bolsonaro. Com base neste contexto, se coloca a seguinte pergunta: a ascensão do movimento reacionário de extrema-direita no contexto político brasileiro estabeleceu as bases para resistência aos efeitos da globalização e da formação de uma estrutura social alternativa? A partir de um estudo de caso à luz da Teoria Crítica Neogramsciana, são investigados os processos que ocasionaram a ascensão da atual extrema-direita brasileira e como eles se inserem em um contexto de crise da ordem mundial liberal e da globalização. O trabalho conclui que houve uma convergência de interesses entre setores da sociedade brasileira e grupos capitalistas transnacionais, recompondo um bloco histórico alinhado com as dinâmicas da ordem (neo)liberal posta e ascendida desde os anos 1990.