{"title":"O determinismo racial e geográfico no discurso geopolítico moderno/colonial: por uma geopolítica decolonial","authors":"Pedro Diniz Rocha","doi":"10.5380/CG.V7I3.60794","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A expansão do sistema moderno/colonial a partir das grandes viagens nos séculos quinze e dezesseis originou a construção de uma diferenciação primeira entre conquistadores e colonizados baseada na ideia de raça. Esta se tornou então elemento fundante e constitutivo de relações de dominação, articulando e cristalizando o poder no espaço geográfico. O objetivo deste artigo, então, é o de analisar teses geopolíticas fundadas inicialmente sobre o prisma do determinismo racial e geográfico em fins do século dezenove e início do século vinte, de forma a compreender se seu discurso de autoridade legitima à época nova expansão colonial e a intensificação da violência e do domínio europeu sobre o globo, tendo em vista que remete a classificação social de agrupamentos humanos a partir da ideia de raça e de seu ambiente geográfico. Em vista disto, será realizada uma breve genealogia do discurso determinista no pensamento ocidental e a análise de sua influência nas teses geopolíticas de Friedrich Ratzel, Ellen Semple e Ellsworth Huntington e de alguns de seus paralelos e contrapontos com a geopolítica francesa, em especial a de Paul Vidal de la Blache. Espera-se a partir deste artigo ampliar o chamado para construção de uma geopolítica subalterna que aponte para as vicissitudes do discurso geopolítico moderno/colonial, responsável por apagar vivências e práticas espaciais produzidas ao sul global","PeriodicalId":321702,"journal":{"name":"Conjuntura Global","volume":"72 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Conjuntura Global","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5380/CG.V7I3.60794","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O determinismo racial e geográfico no discurso geopolítico moderno/colonial: por uma geopolítica decolonial
A expansão do sistema moderno/colonial a partir das grandes viagens nos séculos quinze e dezesseis originou a construção de uma diferenciação primeira entre conquistadores e colonizados baseada na ideia de raça. Esta se tornou então elemento fundante e constitutivo de relações de dominação, articulando e cristalizando o poder no espaço geográfico. O objetivo deste artigo, então, é o de analisar teses geopolíticas fundadas inicialmente sobre o prisma do determinismo racial e geográfico em fins do século dezenove e início do século vinte, de forma a compreender se seu discurso de autoridade legitima à época nova expansão colonial e a intensificação da violência e do domínio europeu sobre o globo, tendo em vista que remete a classificação social de agrupamentos humanos a partir da ideia de raça e de seu ambiente geográfico. Em vista disto, será realizada uma breve genealogia do discurso determinista no pensamento ocidental e a análise de sua influência nas teses geopolíticas de Friedrich Ratzel, Ellen Semple e Ellsworth Huntington e de alguns de seus paralelos e contrapontos com a geopolítica francesa, em especial a de Paul Vidal de la Blache. Espera-se a partir deste artigo ampliar o chamado para construção de uma geopolítica subalterna que aponte para as vicissitudes do discurso geopolítico moderno/colonial, responsável por apagar vivências e práticas espaciais produzidas ao sul global