{"title":"亲爱的珊瑚科拉,我们来谈谈内陆吧?","authors":"Rozélia Bezerra","doi":"10.53919/g5d1","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Sertão constituiu uma classe da localização geográfica desde que Pedro Álvares Cabral e suas caravelas estiveram na Terra de Vera Cruz, em meados do século XVI. Já nesse tempo houve o registro desse espaço através da carta do escriba da frota cabralina. Talvez por isto, os estudos sobre os sertões brasileiros, continuaram a usar, hegemonicamente, a escrita masculina como fonte de pesquisa. Assim sendo, este trabalho pretendeu fazer um giro contrário e mostrar a poética dos sertões brasileiros através da literatura escrita por mulheres. Foram analisadas poesias de autoras consideradas representantes do sertão de dentro e dos sertões de fora, cuja poesia foi publicada em diferentes suportes: livro e em fanzine. A análise seguiu as diretrizes propostas por Vernaide Wanderley e Eugênia Meneses. A escrita do trabalho seguiu um modelo de carta, tendo por destinatária a poeta Cora Coralina. Através dessa correspondência epistolar mostrou-se as nuances dos diferentes sertões que, ora é um lugar de poder, ora um entre-lugar, ora é um “self”, ora constitui os quatro elementos, bem como pode ser representado por cheiros, sabores e odores. Portanto, os sertões são polissêmicos, indo além de um espaço e um lugar de memórias e afetos.","PeriodicalId":330423,"journal":{"name":"Revista Galo","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Prezada Cora Coralina, vamos falar dos sertões?\",\"authors\":\"Rozélia Bezerra\",\"doi\":\"10.53919/g5d1\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Sertão constituiu uma classe da localização geográfica desde que Pedro Álvares Cabral e suas caravelas estiveram na Terra de Vera Cruz, em meados do século XVI. Já nesse tempo houve o registro desse espaço através da carta do escriba da frota cabralina. Talvez por isto, os estudos sobre os sertões brasileiros, continuaram a usar, hegemonicamente, a escrita masculina como fonte de pesquisa. Assim sendo, este trabalho pretendeu fazer um giro contrário e mostrar a poética dos sertões brasileiros através da literatura escrita por mulheres. Foram analisadas poesias de autoras consideradas representantes do sertão de dentro e dos sertões de fora, cuja poesia foi publicada em diferentes suportes: livro e em fanzine. A análise seguiu as diretrizes propostas por Vernaide Wanderley e Eugênia Meneses. A escrita do trabalho seguiu um modelo de carta, tendo por destinatária a poeta Cora Coralina. Através dessa correspondência epistolar mostrou-se as nuances dos diferentes sertões que, ora é um lugar de poder, ora um entre-lugar, ora é um “self”, ora constitui os quatro elementos, bem como pode ser representado por cheiros, sabores e odores. Portanto, os sertões são polissêmicos, indo além de um espaço e um lugar de memórias e afetos.\",\"PeriodicalId\":330423,\"journal\":{\"name\":\"Revista Galo\",\"volume\":\"1 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-05-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Galo\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.53919/g5d1\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Galo","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.53919/g5d1","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Sertão constituiu uma classe da localização geográfica desde que Pedro Álvares Cabral e suas caravelas estiveram na Terra de Vera Cruz, em meados do século XVI. Já nesse tempo houve o registro desse espaço através da carta do escriba da frota cabralina. Talvez por isto, os estudos sobre os sertões brasileiros, continuaram a usar, hegemonicamente, a escrita masculina como fonte de pesquisa. Assim sendo, este trabalho pretendeu fazer um giro contrário e mostrar a poética dos sertões brasileiros através da literatura escrita por mulheres. Foram analisadas poesias de autoras consideradas representantes do sertão de dentro e dos sertões de fora, cuja poesia foi publicada em diferentes suportes: livro e em fanzine. A análise seguiu as diretrizes propostas por Vernaide Wanderley e Eugênia Meneses. A escrita do trabalho seguiu um modelo de carta, tendo por destinatária a poeta Cora Coralina. Através dessa correspondência epistolar mostrou-se as nuances dos diferentes sertões que, ora é um lugar de poder, ora um entre-lugar, ora é um “self”, ora constitui os quatro elementos, bem como pode ser representado por cheiros, sabores e odores. Portanto, os sertões são polissêmicos, indo além de um espaço e um lugar de memórias e afetos.