{"title":"国家(犯罪)暴力","authors":"Lucas Da Silva Santos","doi":"10.5335/srph.v21i1.13359","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo possui como tema a violência legitimada pelo Estado, especialmente as cristalizadas nas agências policiais. Através do método de abordagem hipotético-dedutivo e da revisão bibliográfica, parte-se das seguintes problematizações de pesquisa: Qual a função do regime ditatorial e da Doutrina de Segurança Nacional na estruturação de um aparato jurídico-institucional em relação às Forças Armadas e polícias? Os legados deste período autoritário cristalizaram e intensificaram um modelo de atuação policial enquanto dispositivo estatal de morte? A pesquisa se divide em duas etapas, inicialmente abordar-se-á o regime ditatorial de 1964-1985 e a difusão das políticas baseadas no paradigma da Doutrina de Segurança Nacional, na segunda etapa a redemocratização negociada e às cláusulas destinadas aos militares no seio da Constituição Federal de 1988. Conclui-se, que apesar da violência colonial que funda o Estado-brasileiro, essa violência ancestral não pode ser objeto de normalização e naturalização da exceção como regra, em outros termos, não “aceitar” uma espécie de homogeneização histórica, posto que os aparatos policiais e suas atuações intrinsecamente violenta(s) e letais não podem ser consideradas como rotinas penais em um contexto democrático. Portanto, a função da ditadura brasileira foi de aprofundar a condição histórica de violência policial colonial e racista, logo, a estruturação das instituições policiais enquanto dispositivos estatais de morte, agora fortalecidos e legitimados sob o manto da Democracia. ","PeriodicalId":445484,"journal":{"name":"Semina - Revista dos Pós-Graduandos em História da UPF","volume":"98 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-06-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Violência (criminosa) do Estado\",\"authors\":\"Lucas Da Silva Santos\",\"doi\":\"10.5335/srph.v21i1.13359\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo possui como tema a violência legitimada pelo Estado, especialmente as cristalizadas nas agências policiais. Através do método de abordagem hipotético-dedutivo e da revisão bibliográfica, parte-se das seguintes problematizações de pesquisa: Qual a função do regime ditatorial e da Doutrina de Segurança Nacional na estruturação de um aparato jurídico-institucional em relação às Forças Armadas e polícias? Os legados deste período autoritário cristalizaram e intensificaram um modelo de atuação policial enquanto dispositivo estatal de morte? A pesquisa se divide em duas etapas, inicialmente abordar-se-á o regime ditatorial de 1964-1985 e a difusão das políticas baseadas no paradigma da Doutrina de Segurança Nacional, na segunda etapa a redemocratização negociada e às cláusulas destinadas aos militares no seio da Constituição Federal de 1988. Conclui-se, que apesar da violência colonial que funda o Estado-brasileiro, essa violência ancestral não pode ser objeto de normalização e naturalização da exceção como regra, em outros termos, não “aceitar” uma espécie de homogeneização histórica, posto que os aparatos policiais e suas atuações intrinsecamente violenta(s) e letais não podem ser consideradas como rotinas penais em um contexto democrático. Portanto, a função da ditadura brasileira foi de aprofundar a condição histórica de violência policial colonial e racista, logo, a estruturação das instituições policiais enquanto dispositivos estatais de morte, agora fortalecidos e legitimados sob o manto da Democracia. \",\"PeriodicalId\":445484,\"journal\":{\"name\":\"Semina - Revista dos Pós-Graduandos em História da UPF\",\"volume\":\"98 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-06-21\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Semina - Revista dos Pós-Graduandos em História da UPF\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5335/srph.v21i1.13359\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Semina - Revista dos Pós-Graduandos em História da UPF","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5335/srph.v21i1.13359","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Este artigo possui como tema a violência legitimada pelo Estado, especialmente as cristalizadas nas agências policiais. Através do método de abordagem hipotético-dedutivo e da revisão bibliográfica, parte-se das seguintes problematizações de pesquisa: Qual a função do regime ditatorial e da Doutrina de Segurança Nacional na estruturação de um aparato jurídico-institucional em relação às Forças Armadas e polícias? Os legados deste período autoritário cristalizaram e intensificaram um modelo de atuação policial enquanto dispositivo estatal de morte? A pesquisa se divide em duas etapas, inicialmente abordar-se-á o regime ditatorial de 1964-1985 e a difusão das políticas baseadas no paradigma da Doutrina de Segurança Nacional, na segunda etapa a redemocratização negociada e às cláusulas destinadas aos militares no seio da Constituição Federal de 1988. Conclui-se, que apesar da violência colonial que funda o Estado-brasileiro, essa violência ancestral não pode ser objeto de normalização e naturalização da exceção como regra, em outros termos, não “aceitar” uma espécie de homogeneização histórica, posto que os aparatos policiais e suas atuações intrinsecamente violenta(s) e letais não podem ser consideradas como rotinas penais em um contexto democrático. Portanto, a função da ditadura brasileira foi de aprofundar a condição histórica de violência policial colonial e racista, logo, a estruturação das instituições policiais enquanto dispositivos estatais de morte, agora fortalecidos e legitimados sob o manto da Democracia.