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Looks do invisível: Carne, ornamento, barroco e zen nos autorretratos de Kimiko Yoshida
Desde 2001, a artista visual Kimiko Yoshida (Japão-França) tem produzido autorretratos em que a sua identidade desaparece sob trajes elaborados, pintura corporal e ornamentos. Os seus figurinos reconstituem pinturas conhecidas da história da arte euro-americana e a sua pele, integralmente coberta por tinta, numa remissão à pintura tradicional das gueixas japonesas, confunde-se com o fundo diante do qual ela posa. Neste artigo, olharemos para o percurso da artista, focando a forma como ela mesma transforma a sua carne em elemento plástico, inorgânico, apropriando-se do clichê em que foi transformada a imagem da mulher asiática pelo olhar ocidental. Atentaremos também para a tendência de abstração do corpo e de apagamento da individualidade presentes em seus autorretratos segundo princípios tanto da tradição espiritual do Japão como da Europa. Essas reflexões serão fundamentadas na teoria do ornamentalismo de Ainlin Cheng (2018), bem como no conceito de carne proposto por Deleuze em A lógica da sensação (1981).