图像与力量:舞台、刮擦和绘画

E. Barroso, Rui Estrada, T. Toldy
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摘要

本文试图探讨图像在20世纪三个历史时期的存在力量,一些在这些历史时期变得无所不在的东西,但不是他们独有的:看到指出影响视觉的身体发现Frine公元前4世纪,被审判的形象,在两个案例提交(纳粹主义和斯大林主义),权力是一个工具,同时为了制造的“个人英雄主义”和一个“正常”的鲜明对比,我们果断残忍的故事,是一个主要的黑暗经历了20世纪。反过来,在斯大林的统治下,这个形象被操纵了,把人物的剃光过程变成了他们实际毁灭的可怕寓言。因此,通过操纵图像重建现实的有效性通过一种无所不能的错觉:就好像独裁者有能力阐明、构建和摧毁“现实”一样。在第三部分,从今天图像的急剧侵蚀问题开始,讨论集中在绘画打开和质疑的答案。与摄影的短暂性不同,绘画在黑暗的时代幸存下来,顽固地坚持着,就像图伊曼斯的例子一样。记忆是无法抹去的。因为它不是程序化的,因为它是一种净化形象的尝试,它撕裂了寻找意义的空间。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Imagens e poder: encenação, rasura e pintura
Este artigo procura abordar o poder da presença da imagem em três períodos históricos do século XX, algo que se tornou omnipresente nestas épocas históricas, mas que não é exclusivo das mesmas: veja-se a referência ao impacto da visão de parte do corpo descoberto de Frine, levada a julgamento no século IV a.C. A imagem, em dois dos casos aqui apresentados (o nazismo e o estalinismo), constituiu um instrumento ao serviço do poder, com o objetivo de encenar simultaneamente a “heroicidade” e uma normalidade em contraste radical com uma brutalidade que marcou decisivamente a história e constituiu um dos principais momentos de trevas vividos no século XX. Por seu turno, sob Estaline, a imagem é manipulada, tornando o processo de rasura de personagens uma alegoria macabra da sua aniquilação real. A eficácia da reconstrução da realidade, através da manipulação da imagem, passa, assim, por uma ilusão de omnipotência: como se os ditadores tivessem o poder de enunciar, construir e destruir a “realidade”. Na terceira parte, partindo da questão da acentuada erosão das imagens na atualidade, a discussão centra-se na resposta que a pintura abre e problematiza. Ao contrário do carácter efémero da fotografia, a pintura sobrevive a tempos sombrios, persiste teimosamente, como se pode ver no caso de Tuymans. A memória não pode ser apagada. E porque não é programática, porque constitui uma tentativa de despoluição da imagem, rasga o espaço para a busca de sentido.
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