{"title":"可持续发展:新古典主义和生态环境经济学在决策过程中的观点和对比","authors":"A. M. B. Machado, M. S. Vale","doi":"10.25242/88765142015839","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A Crise Ambiental, dentre suas vertentes, fundamenta-se no Homem com uma visao individualizada e na sua racionalidade como centro de todas as coisas, desconsiderando a ordem da natureza e da sustentabilidade, instrumentalizando-a, na crenca de que tudo se submete a sua razao utilitarista e a seus fins (LEFF, 2006). Este contexto do Homem no processo de degradacao ambiental esta inserido no modo de vida moderno. A modernidade carrega em si um projeto que delineou a concepcao de homem, de sociedade, de Estado e de racionalidade que se constituiu desde antes do capitalismo, dentre os seculos XVI e XVIII, mas que realmente se desenvolveu com o advento deste como modo de producao dominante nos paises europeus (GUEDES, 2013). Segundo Arendt (ARENDT, 2007), a visao da racionalidade moderna e de mundo mecanicista fundamentado nos parâmetros da ciencia cartesiana newtoniana, do individualismo, do modo de producao capitalista, bem como na questao do liberalismo e do mercado fortalecido pelo papel do Estado contribui para a definicao do Paradigma da Modernidade focado em um dos pilares da Crise Ambiental. A Era Moderna observa a natureza como algo estatico, vasto, eterno, apenas como um palco para a atuacao humana, como se nao houvesse nenhum liame entre a atuacao deste e a situacao da natureza, tampouco se o Estado e as condicoes desta nao interferissem na vida daquele, vendo todas as coisas dadas como materiaprima e toda a natureza como um imenso tecido do qual pode-se cortar e tornar a coser novamente. Desta forma, Furtado (FURTADO, 1996) explica que o quadro atual da Crise Ambiental nao pode ser visto apenas pelo âmbito das ciencias naturais, muito pelo contrario, esta passa por uma contribuicao das praticas economicas e sociais degeneradoras do ambiente e da qualidade de vida humana. O Desenvolvimento Sustentavel fundamenta-se, segundo uma visao teorica, em duas principais correntes, a saber: A Economia Ambiental (Neoclassica) e a Economia Ecologica. Para a economia ambiental neoclassica, segundo Mauricio Amazonas (AMAZONAS, 2002), o desenvolvimento sustentavel esta associado ao uso de recursos ambientais de forma coerente e que tais recursos tenham fins de perpetuacao da especie humana. Logo a economia neoclassica, defende o uso de recursos de maneira coerente e etica como sustentavel, ou seja, na visao neoclassica seria o uso otimo destes recursos a partir da racionalidade e de sua maximizacao. A economia neoclassica faz essa analise a partir de duas abordagens, a economia da poluicao e a economia dos recursos naturais. A Economia Ecologica surge sob a influencia e pressoes de ambientalistas, nas decadas de sessenta e setenta, que incorporam a questao ambiental e o desenvolvimento sustentavel no funcionamento do sistema economico. A economia ecologica considera elementos fisicos e biologicos no sistema economico, que por sua vez tentam ser descaracterizados pela economia neoclassica. Sua visao diferenciada da economia neoclassica, fez com que a economia ecologica considerasse nao o sistema circular e autossustentado, mas sim o processo economico unidirecional, entrando energia e materia de baixa entropia e saindo bens, rejeitos e materia (dejetos) de alta entropia sem valor. (SOUZA-LIMA, 2004), (AMAZONAS, 2002). Portanto, o objetivo principal e mostrar como o desafio da sustentabilidade nao pode ser enfrentado a partir de uma perspectiva teorica que desconsidera as dimensoes culturais e eticas nos processos de tomada de decisao. A metodologia utilizada classifica-se, segundo Gil (GIL, 1991), como exploratoria, descritiva e qualitativa, por sua vez vale ressaltar que o objetivo maior esta na compreensao dos fatos e nao na sua mensuracao. Desta forma, a partir do instrumento juridico, o Principio de Precaucao, buscou-se mostrar uma proposta metodologica de classificacao e hierarquizacao dos problemas ambientais segundo os niveis de incerteza sistemica e de risco de perdas irreversiveis, em processos de tomada de decisao. 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Este contexto do Homem no processo de degradacao ambiental esta inserido no modo de vida moderno. A modernidade carrega em si um projeto que delineou a concepcao de homem, de sociedade, de Estado e de racionalidade que se constituiu desde antes do capitalismo, dentre os seculos XVI e XVIII, mas que realmente se desenvolveu com o advento deste como modo de producao dominante nos paises europeus (GUEDES, 2013). Segundo Arendt (ARENDT, 2007), a visao da racionalidade moderna e de mundo mecanicista fundamentado nos parâmetros da ciencia cartesiana newtoniana, do individualismo, do modo de producao capitalista, bem como na questao do liberalismo e do mercado fortalecido pelo papel do Estado contribui para a definicao do Paradigma da Modernidade focado em um dos pilares da Crise Ambiental. A Era Moderna observa a natureza como algo estatico, vasto, eterno, apenas como um palco para a atuacao humana, como se nao houvesse nenhum liame entre a atuacao deste e a situacao da natureza, tampouco se o Estado e as condicoes desta nao interferissem na vida daquele, vendo todas as coisas dadas como materiaprima e toda a natureza como um imenso tecido do qual pode-se cortar e tornar a coser novamente. Desta forma, Furtado (FURTADO, 1996) explica que o quadro atual da Crise Ambiental nao pode ser visto apenas pelo âmbito das ciencias naturais, muito pelo contrario, esta passa por uma contribuicao das praticas economicas e sociais degeneradoras do ambiente e da qualidade de vida humana. O Desenvolvimento Sustentavel fundamenta-se, segundo uma visao teorica, em duas principais correntes, a saber: A Economia Ambiental (Neoclassica) e a Economia Ecologica. 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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: PONTO E CONTRAPONTO DAS ECONOMIAS AMBIENTAL NEOCLÁSSICA E ECOLÓGICA NOS PROCESSOS DE TOMADA DE DECISÃO
A Crise Ambiental, dentre suas vertentes, fundamenta-se no Homem com uma visao individualizada e na sua racionalidade como centro de todas as coisas, desconsiderando a ordem da natureza e da sustentabilidade, instrumentalizando-a, na crenca de que tudo se submete a sua razao utilitarista e a seus fins (LEFF, 2006). Este contexto do Homem no processo de degradacao ambiental esta inserido no modo de vida moderno. A modernidade carrega em si um projeto que delineou a concepcao de homem, de sociedade, de Estado e de racionalidade que se constituiu desde antes do capitalismo, dentre os seculos XVI e XVIII, mas que realmente se desenvolveu com o advento deste como modo de producao dominante nos paises europeus (GUEDES, 2013). Segundo Arendt (ARENDT, 2007), a visao da racionalidade moderna e de mundo mecanicista fundamentado nos parâmetros da ciencia cartesiana newtoniana, do individualismo, do modo de producao capitalista, bem como na questao do liberalismo e do mercado fortalecido pelo papel do Estado contribui para a definicao do Paradigma da Modernidade focado em um dos pilares da Crise Ambiental. A Era Moderna observa a natureza como algo estatico, vasto, eterno, apenas como um palco para a atuacao humana, como se nao houvesse nenhum liame entre a atuacao deste e a situacao da natureza, tampouco se o Estado e as condicoes desta nao interferissem na vida daquele, vendo todas as coisas dadas como materiaprima e toda a natureza como um imenso tecido do qual pode-se cortar e tornar a coser novamente. Desta forma, Furtado (FURTADO, 1996) explica que o quadro atual da Crise Ambiental nao pode ser visto apenas pelo âmbito das ciencias naturais, muito pelo contrario, esta passa por uma contribuicao das praticas economicas e sociais degeneradoras do ambiente e da qualidade de vida humana. O Desenvolvimento Sustentavel fundamenta-se, segundo uma visao teorica, em duas principais correntes, a saber: A Economia Ambiental (Neoclassica) e a Economia Ecologica. Para a economia ambiental neoclassica, segundo Mauricio Amazonas (AMAZONAS, 2002), o desenvolvimento sustentavel esta associado ao uso de recursos ambientais de forma coerente e que tais recursos tenham fins de perpetuacao da especie humana. Logo a economia neoclassica, defende o uso de recursos de maneira coerente e etica como sustentavel, ou seja, na visao neoclassica seria o uso otimo destes recursos a partir da racionalidade e de sua maximizacao. A economia neoclassica faz essa analise a partir de duas abordagens, a economia da poluicao e a economia dos recursos naturais. A Economia Ecologica surge sob a influencia e pressoes de ambientalistas, nas decadas de sessenta e setenta, que incorporam a questao ambiental e o desenvolvimento sustentavel no funcionamento do sistema economico. A economia ecologica considera elementos fisicos e biologicos no sistema economico, que por sua vez tentam ser descaracterizados pela economia neoclassica. Sua visao diferenciada da economia neoclassica, fez com que a economia ecologica considerasse nao o sistema circular e autossustentado, mas sim o processo economico unidirecional, entrando energia e materia de baixa entropia e saindo bens, rejeitos e materia (dejetos) de alta entropia sem valor. (SOUZA-LIMA, 2004), (AMAZONAS, 2002). Portanto, o objetivo principal e mostrar como o desafio da sustentabilidade nao pode ser enfrentado a partir de uma perspectiva teorica que desconsidera as dimensoes culturais e eticas nos processos de tomada de decisao. A metodologia utilizada classifica-se, segundo Gil (GIL, 1991), como exploratoria, descritiva e qualitativa, por sua vez vale ressaltar que o objetivo maior esta na compreensao dos fatos e nao na sua mensuracao. Desta forma, a partir do instrumento juridico, o Principio de Precaucao, buscou-se mostrar uma proposta metodologica de classificacao e hierarquizacao dos problemas ambientais segundo os niveis de incerteza sistemica e de risco de perdas irreversiveis, em processos de tomada de decisao. Palavras Chave: Sustentabilidade, Economia, Meio-ambiente.