Carla Santos Almeida, Ana Gabriela Álvares Travassos
{"title":"巴伊亚州人类免疫缺陷病毒的垂直传播——2009 - 2019年暴露孕妇和儿童的人类免疫缺陷病毒通报分析","authors":"Carla Santos Almeida, Ana Gabriela Álvares Travassos","doi":"10.5327/dst-2177-8264-202133p203","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A feminização da infecção do vírus da imunodeficiência humana, com aumento dos casos durante a idade reprodutiva, impacta diretamente na saúde da mulher, trazendo repercussões na gestação e na transmissão vertical durante o parto e amamentação. A falta de acompanhamento adequado e o diagnóstico tardio são determinantes para desfechos negativos para o binômio mãe-filho. Objetivo: Analisar as notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes e de crianças expostas ao vírus da imunodeficiência humana no estado da Bahia entre 2009–2019. Métodos: Trata-se de estudo ecológico, descritivo, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação das notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes e de crianças expostas ao vírus da imunodeficiência humana no estado da Bahia entre 2009–2019. Em relação às gestantes, observaram-se raça, pré-natal, e profilaxia antirretroviral. Em relação às crianças, observou-se a evolução temporal das notificações. Resultados: Foram registradas 4.529 notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes no período, com tendência de aumento, sendo 2016 o ano com maior número de registros (518, 11,4%). No tocante à raça, 81% (3.672) eram pretas e pardas. Quanto ao acompanhamento pré-natal, observa- -se que 8,1% (371) das mulheres não o realizaram, além de 10% (452) de casos ignorados. Apenas 39,6% (1.794) das gestantes possuem registro de profilaxia antirretroviral e 51,5% tiveram essa informação ignorada. Nesse período, foram registradas 3.998 crianças expostas ao vírus da imunodeficiência humana, com aumento progressivo entre 2009 (94, 2,3%) e 2015 (641, 16%). Observa-se queda em 2016 (288) e novo aumento entre 2017–2019. Conclusão: O panorama de gestantes com vírus da imunodeficiência humana no estado da Bahia é preocupante, com aumento progressivo do número de casos, principalmente na população preta/parda. Observa-se acesso ao pré-natal insuficiente, bem como subnotificação quanto à profilaxia antirretroviral e ao número de crianças expostas. Evidencia-se necessidade de fortalecimento das políticas públicas existentes, bem como de melhora na qualidade dos registros, possibilitando a elaboração de ações preventivas/assistenciais efetivas no enfrentamento dessa realidade.","PeriodicalId":350000,"journal":{"name":"Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana na Bahia — análise de notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes e de crianças expostas entre 2009–2019\",\"authors\":\"Carla Santos Almeida, Ana Gabriela Álvares Travassos\",\"doi\":\"10.5327/dst-2177-8264-202133p203\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: A feminização da infecção do vírus da imunodeficiência humana, com aumento dos casos durante a idade reprodutiva, impacta diretamente na saúde da mulher, trazendo repercussões na gestação e na transmissão vertical durante o parto e amamentação. A falta de acompanhamento adequado e o diagnóstico tardio são determinantes para desfechos negativos para o binômio mãe-filho. Objetivo: Analisar as notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes e de crianças expostas ao vírus da imunodeficiência humana no estado da Bahia entre 2009–2019. Métodos: Trata-se de estudo ecológico, descritivo, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação das notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes e de crianças expostas ao vírus da imunodeficiência humana no estado da Bahia entre 2009–2019. Em relação às gestantes, observaram-se raça, pré-natal, e profilaxia antirretroviral. Em relação às crianças, observou-se a evolução temporal das notificações. Resultados: Foram registradas 4.529 notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes no período, com tendência de aumento, sendo 2016 o ano com maior número de registros (518, 11,4%). No tocante à raça, 81% (3.672) eram pretas e pardas. Quanto ao acompanhamento pré-natal, observa- -se que 8,1% (371) das mulheres não o realizaram, além de 10% (452) de casos ignorados. Apenas 39,6% (1.794) das gestantes possuem registro de profilaxia antirretroviral e 51,5% tiveram essa informação ignorada. Nesse período, foram registradas 3.998 crianças expostas ao vírus da imunodeficiência humana, com aumento progressivo entre 2009 (94, 2,3%) e 2015 (641, 16%). Observa-se queda em 2016 (288) e novo aumento entre 2017–2019. Conclusão: O panorama de gestantes com vírus da imunodeficiência humana no estado da Bahia é preocupante, com aumento progressivo do número de casos, principalmente na população preta/parda. Observa-se acesso ao pré-natal insuficiente, bem como subnotificação quanto à profilaxia antirretroviral e ao número de crianças expostas. Evidencia-se necessidade de fortalecimento das políticas públicas existentes, bem como de melhora na qualidade dos registros, possibilitando a elaboração de ações preventivas/assistenciais efetivas no enfrentamento dessa realidade.\",\"PeriodicalId\":350000,\"journal\":{\"name\":\"Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis\",\"volume\":\"1 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"1900-01-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5327/dst-2177-8264-202133p203\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/dst-2177-8264-202133p203","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana na Bahia — análise de notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes e de crianças expostas entre 2009–2019
Introdução: A feminização da infecção do vírus da imunodeficiência humana, com aumento dos casos durante a idade reprodutiva, impacta diretamente na saúde da mulher, trazendo repercussões na gestação e na transmissão vertical durante o parto e amamentação. A falta de acompanhamento adequado e o diagnóstico tardio são determinantes para desfechos negativos para o binômio mãe-filho. Objetivo: Analisar as notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes e de crianças expostas ao vírus da imunodeficiência humana no estado da Bahia entre 2009–2019. Métodos: Trata-se de estudo ecológico, descritivo, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação das notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes e de crianças expostas ao vírus da imunodeficiência humana no estado da Bahia entre 2009–2019. Em relação às gestantes, observaram-se raça, pré-natal, e profilaxia antirretroviral. Em relação às crianças, observou-se a evolução temporal das notificações. Resultados: Foram registradas 4.529 notificações de vírus da imunodeficiência humana em gestantes no período, com tendência de aumento, sendo 2016 o ano com maior número de registros (518, 11,4%). No tocante à raça, 81% (3.672) eram pretas e pardas. Quanto ao acompanhamento pré-natal, observa- -se que 8,1% (371) das mulheres não o realizaram, além de 10% (452) de casos ignorados. Apenas 39,6% (1.794) das gestantes possuem registro de profilaxia antirretroviral e 51,5% tiveram essa informação ignorada. Nesse período, foram registradas 3.998 crianças expostas ao vírus da imunodeficiência humana, com aumento progressivo entre 2009 (94, 2,3%) e 2015 (641, 16%). Observa-se queda em 2016 (288) e novo aumento entre 2017–2019. Conclusão: O panorama de gestantes com vírus da imunodeficiência humana no estado da Bahia é preocupante, com aumento progressivo do número de casos, principalmente na população preta/parda. Observa-se acesso ao pré-natal insuficiente, bem como subnotificação quanto à profilaxia antirretroviral e ao número de crianças expostas. Evidencia-se necessidade de fortalecimento das políticas públicas existentes, bem como de melhora na qualidade dos registros, possibilitando a elaboração de ações preventivas/assistenciais efetivas no enfrentamento dessa realidade.