Raquel Silva Santos, Giulia Marangoni Ferreira, Júlia Gabriel Sant'ana
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Material e métodos: O estudo consiste em uma revisão bibliográfica, de caráter descritivo, baseada na análise de 10 estudos publicados nas bases de dados da SciELO e PubMed. Os textos analisados foram escolhidos tendo em vista o questionamento: Qual a relação entre o TEV e a infecção pelo Sars-CoV-2? Resultados: A COVID-19 está envolvida na interação entre trombose e inflamação, predispondo um estado de hipercoagulabilidade. Estudos mostraram que o indicador inflamatório IL-6 (interleucina-6), capaz de aumentar a produção de fibrinogênio, está elevado na maioria dos pacientes infectados por SARS-CoV-2, o que contribui para a teoria da trombose inflamatória. A resposta inflamatória desencadeia dano endotelial, que por sua vez está associado ao quadro de hipercoagulabilidade, o que eleva os riscos de TEV. Ademais, vários estudos revelaram linfopenia associada à infecção pelo vírus. Dessa forma, fica evidente a relação entre a ocorrência de fenômenos trombóticos e a COVID-19. Conclusão: Diante disso, entende-se que os pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 possuem maior propensão a desenvolver tromboembolismo venoso, devido ao estado de inflamação e hipercoagulabilidade associados à infecção. Nos pacientes infectados, o TEV é, comprovadamente, associado à maior taxa de mortalidade e pior prognóstico. 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TROMBOEMBOLISMO VENOSO E COVID-19: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Introdução: A COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, é uma patologia infecciosa que acomete principalmente o trato respiratório e tem sido relacionada ao desenvolvimento de tromboembolismo venoso (TEV). O TEV pode ser definido como um distúrbio do sistema circulatório que ocorre quando há bloqueio do fluxo sanguíneo por um coágulo ou trombo. No contexto da COVID-19, cujo curso clínico é, frequentemente, acompanhado da ativação de mediadores inflamatórios e do desequilíbrio da coagulação sistêmica, tem sido observado o desenvolvimento do TEV. Objetivos: Identificar na literatura a relação entre a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 e a ocorrência de TEV. Material e métodos: O estudo consiste em uma revisão bibliográfica, de caráter descritivo, baseada na análise de 10 estudos publicados nas bases de dados da SciELO e PubMed. Os textos analisados foram escolhidos tendo em vista o questionamento: Qual a relação entre o TEV e a infecção pelo Sars-CoV-2? Resultados: A COVID-19 está envolvida na interação entre trombose e inflamação, predispondo um estado de hipercoagulabilidade. Estudos mostraram que o indicador inflamatório IL-6 (interleucina-6), capaz de aumentar a produção de fibrinogênio, está elevado na maioria dos pacientes infectados por SARS-CoV-2, o que contribui para a teoria da trombose inflamatória. A resposta inflamatória desencadeia dano endotelial, que por sua vez está associado ao quadro de hipercoagulabilidade, o que eleva os riscos de TEV. Ademais, vários estudos revelaram linfopenia associada à infecção pelo vírus. Dessa forma, fica evidente a relação entre a ocorrência de fenômenos trombóticos e a COVID-19. Conclusão: Diante disso, entende-se que os pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 possuem maior propensão a desenvolver tromboembolismo venoso, devido ao estado de inflamação e hipercoagulabilidade associados à infecção. Nos pacientes infectados, o TEV é, comprovadamente, associado à maior taxa de mortalidade e pior prognóstico. Devido a essa associação, sua ocorrência deve ser monitorada e tratada corretamente, segundo as diretrizes existentes.