Em tempos de pandemia, mais uma luta preventiva

1786 | Revista Feridas • 2021; 09 (Especial) 1786-1788 Em âmbito nacional, a pandemia da Covid-19 vem provocando uma mudança sem precedentes na vida dos cidadãos brasileiros e em diversos setores da sociedade. Os impactos negativos causados por ela são imensuráveis, e alguns até inusitados. Um exemplo é o crescente número de acidentes domésticos, associado ao isolamento social que manteve as pessoas por mais tempo dentro de casa: no Brasil, em 2020, mais de 39 mil crianças e adolescentes foram atendidas pelo SUS em decorrência de algum acidente em ambiente domiciliar. O levantamento, feito pelo Ministério da Saúde, representa um aumento de 112% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 18 mil atendimentos. Desde o início do cenário pandêmico, uma ação que tem caracterizado a nossa rotina em isolamento social é o uso constante do álcool líquido 70%, com o objetivo de conter a propagação do novo coronavírus. Apesar de eficiente para tal finalidade, o produto oferece riscos devido à sua composição, podendo provocar queimaduras graves e levar pacientes à internação. “O álcool 70% é um produto inflamável, culturalmente muito presente nos lares brasileiros, principalmente para limpeza de superfícies e, agora, com uso estimulado à prevenção ao novo coronavírus. Isso aumentou os acidentes com queimaduras. As pessoas lidam de forma descuidada, desconhecendo o potencial de risco”, afirma dr. José Adorno, presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ). Com o intuito de verificar a incidência de queimaduras por álcool em ambiente domiciliar desde o início da pandemia, a SBQ realizou uma pesquisa, baseada em dados de 8 centros de tratamento de queimados em alguns estados brasileiros. O estudo registrou mais de 700 acidentes graves Em tempos de pandemia, mais uma luta preventiva