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O Brasil é mesmo um país peculiar, de excepcionalidades e originalismos. Se, por um lado, gozamos de virtudes atípicas, como o amplo pluralismo de ideias, religiões, etnias e sotaques convivendo em um território de dimensão continental, por outro, ostentamos o traço distintivo de um país marcado pela desigualdade e pela corrupção desenfreada. Como explicar, tal qual tentaram fazer outros tantos economistas e cientistas políticos de ontem e de hoje, que sejamos uma entre as dez nações mais ricas do planeta em termos de Produto Interno Bruto (PIB) nominal e, ao mesmo tempo, ocupamos a 60a posição no ranking mundial de educação? Ou a 4a colocação dentre os países mais corruptos do mundo, segundo levantamento do Fórum Econômico Mundial em 2016? Os noticiários que a cada manhã nos põem a par dos escândalos públicos, a respeito dos quais, aliás, o Brasil tem gozado de um não invejável primado, o sentimento que me toma não é outro senão de perplexidade. A mim e a outros tantos brasileiros, pela vulgaridade moral que parece dar tom à nossa época. Casos surreais, cada vez mais exagerados nas quantias e esdrúxulos nas formas.