Fabiano Victor Campos, Luís Fernando de Carvalho Dias
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O presente artigo tem como objetivo apresentar a abordagem do filósofo Emmanuel Lévinas sobre a questão de Deus e a possibilidade de sua narrativa. Trata-se de uma perspectiva que se desenvolveu a partir de uma contundente crítica à onto-teo-logia, que, segundo o filósofo, reduziu Deus a um objeto dentre os demais, suprimindo sua alteridade, restringindo-o às estruturas do Mesmo e situando-o na imanência. Longe do cenário da ontologia e de pretensões à comprovação da existência de Deus, Lévinas busca as circunstâncias nas quais esse nome excepcional pode ser proferido como palavra significante. A vinda de Deus à ideia relaciona-se ao campo ético, pois, no pensamento levinasiano, a relação com o Infinito está associada à trama ética e à justiça social, tendo como referência maior o rosto do outro homem. A palavra de Deus se revela como vestígio do rosto, como um traço refratário à apreensão através do conceito determinativo ou às caracterizações discursivas rígidas. Ao anunciar o além do ser, ou o outro modo que ser do Infinito, Lévinas faz a distinção entre duas estruturas linguísticas, diferenciando o Dizer pré-originário, relativo à esfera ética, e o Dito, de matriz ontológica. Para Lévinas, O Dizer imemorial carrega o traço do Infinito. Portanto, o Dito da narrativa sobre Deus deve se mover em constante evolução autocorretiva, tendo como escopo a significância da palavra Deus contida no Dizer da ética, fora do alcance da tematização