Hepatites virais: série temporal de casos de uma maternidade pública em Fortaleza, Ceará

Introdução: A hepatite B é uma doença infecciosa ameaçadora durante a gravidez em razão do risco de contágio do bebê durante o parto, sendo evitada por vacina antes ou durante a gestação com o objetivo de prevenir a transmissão vertical e uso de imunoglobulina específica no recém-nascido exposto à hepatite B nas primeiras 24 horas após o parto. Objetivo: Identificar a ocorrência de hepatite viral mediante a notificação de mulheres atendidas em maternidade pública de Fortaleza (CE). Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, desenvolvido em uma maternidade pública de Fortaleza após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Dados captados do sistema de informação do serviço, incluídos na notificação compulsória, foram extraídos de um histórico temporal de cinco anos (2016-2020). Resultados: Foram identificados 32 casos de hepatite viral, distribuídos nos anos de 2016 (três casos, 9,4%), 2017 (três casos, 9,4%), 2018 (oito casos, 25%), 2019 (18 casos, 43,8%) e 2020 (quatro casos, 12,5%). Houve incremento de notificações no ano de 2019, provavelmente decorrente da oferta ampliada de testes rápidos no serviço de saúde ou de cobertura vacinal inadequada, pois dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde indicaram cobertura vacinal de hepatite B de 85,9%. A notificação no ano 2020 foi maior que anos anteriores (2016-2017) e menor quando comparada com os outros anos, explicada pela oferta do teste rápido e do esquema vacinal (hepatite B) no pré-natal. Conclusão: Os casos notificados apontam a importância das ações na atenção primária sobremodo da vacinação e da testagem rápida das gestantes para prevenção da transmissão vertical e perinatal das crianças expostas ao vírus. Os resultados obtidos fornecem subsídios aos gestores e profissionais para a análise da situação, elaboração e implementação de ações de prevenção e controle das hepatites virais no segmento materno-infantil.