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CAPITALISMO, REGIME DE EXCEÇÃO E CRIMES DE LESA HUMANIDADE
O artigo é de caráter ético-teológico. Tem como objetivo discorrer sobre dois crimes de lesa humanidade cometidos pelo capitalismo no contexto histórico da conquista e da colonização na América e na África: tráfico de seres humanos e a escravização dos trabalhadores. Em seguida, examina o envolvimento direto da Igreja Católica nestes crimes. A segunda seção, de enfoque teológico, explicita como a Memória da Salvação realizada por Cristo gera duas atitudes: pedido de perdão às vítimas, reconhecimento da deturpação do Evangelho para fins econômicos. Usar o nome de Cristo para justificar crimes contra a humanidade é blasfemar. Essa purificação da memória leva ao compromisso com a justiça e com a defesa dos Direitos Humanos como sinal dos tempos. Na conclusão evidencia-se que o cristianismo é sempre subversivo frente a regimes de exceção. A memória das vítimas dos crimes de lesa humanidade potencializa a esperança de realização da justiça em plenitude. É o paradigma ético da justiça de transição.