{"title":"种族主义(只是)信息的缺乏?","authors":"F. S. Costa, D. Melo","doi":"10.46902/2021n1p177-194","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A informação, compreendidada como uma construção social, é permeada por intencionalidades e relações de poder, o que acaba por desconstruir a ideia de neutralidade ou imparcialidade que lhe é atribuída. Surge, então, a inquietação de investigar a dinâmica informacional que transpassa as relações étnico-raciais, no sentido de entender seu papel na emancipação e/ou colonização desses(as) sujeitos(as), em especial os(as) negros(as). O objetivo foi refletir se/como a informação e a desinformação – entendidas aqui como nuances do mesmo fenômeno – estariam contribuindo para que a representação dos(as) negro(as) em nossa sociedade esteja sendo estereotipada e enganosa, e se apenas isso seria suficiente para alimentar o racismo e a condição de subalternidade que é imposta a eles(as). Procurou-se apontar, também, as contribuições que o campo informacional tem dado à luta desses(as) sujeitos(as). As considerações desta pesquisa são desenvolvidas a partir de uma abordagem bibliográfica sobre os temas: informação, desinformação, colonialidade e descolonização, racismo cotidiano e informação étnico-racial. Conclui-se que, apesar da informação e da desinformação serem ferramentas fundamentais para a manutenção das desigualdades e das opressões, apenas seu uso não pode ser responsabilizado pelo racismo, porém, são utilizadas para perpetuá-lo. De maneira oposta, a produção de conteúdo que vai de encontro as informações normativas é uma forma de desconconstruir as narrativas estruturais e estruturantes da colonialidade.","PeriodicalId":193963,"journal":{"name":"Folha de Rosto","volume":"27 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-06-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Racismo é (só) falta de Informação?\",\"authors\":\"F. S. Costa, D. Melo\",\"doi\":\"10.46902/2021n1p177-194\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A informação, compreendidada como uma construção social, é permeada por intencionalidades e relações de poder, o que acaba por desconstruir a ideia de neutralidade ou imparcialidade que lhe é atribuída. Surge, então, a inquietação de investigar a dinâmica informacional que transpassa as relações étnico-raciais, no sentido de entender seu papel na emancipação e/ou colonização desses(as) sujeitos(as), em especial os(as) negros(as). O objetivo foi refletir se/como a informação e a desinformação – entendidas aqui como nuances do mesmo fenômeno – estariam contribuindo para que a representação dos(as) negro(as) em nossa sociedade esteja sendo estereotipada e enganosa, e se apenas isso seria suficiente para alimentar o racismo e a condição de subalternidade que é imposta a eles(as). Procurou-se apontar, também, as contribuições que o campo informacional tem dado à luta desses(as) sujeitos(as). As considerações desta pesquisa são desenvolvidas a partir de uma abordagem bibliográfica sobre os temas: informação, desinformação, colonialidade e descolonização, racismo cotidiano e informação étnico-racial. Conclui-se que, apesar da informação e da desinformação serem ferramentas fundamentais para a manutenção das desigualdades e das opressões, apenas seu uso não pode ser responsabilizado pelo racismo, porém, são utilizadas para perpetuá-lo. De maneira oposta, a produção de conteúdo que vai de encontro as informações normativas é uma forma de desconconstruir as narrativas estruturais e estruturantes da colonialidade.\",\"PeriodicalId\":193963,\"journal\":{\"name\":\"Folha de Rosto\",\"volume\":\"27 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-06-16\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Folha de Rosto\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.46902/2021n1p177-194\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Folha de Rosto","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.46902/2021n1p177-194","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A informação, compreendidada como uma construção social, é permeada por intencionalidades e relações de poder, o que acaba por desconstruir a ideia de neutralidade ou imparcialidade que lhe é atribuída. Surge, então, a inquietação de investigar a dinâmica informacional que transpassa as relações étnico-raciais, no sentido de entender seu papel na emancipação e/ou colonização desses(as) sujeitos(as), em especial os(as) negros(as). O objetivo foi refletir se/como a informação e a desinformação – entendidas aqui como nuances do mesmo fenômeno – estariam contribuindo para que a representação dos(as) negro(as) em nossa sociedade esteja sendo estereotipada e enganosa, e se apenas isso seria suficiente para alimentar o racismo e a condição de subalternidade que é imposta a eles(as). Procurou-se apontar, também, as contribuições que o campo informacional tem dado à luta desses(as) sujeitos(as). As considerações desta pesquisa são desenvolvidas a partir de uma abordagem bibliográfica sobre os temas: informação, desinformação, colonialidade e descolonização, racismo cotidiano e informação étnico-racial. Conclui-se que, apesar da informação e da desinformação serem ferramentas fundamentais para a manutenção das desigualdades e das opressões, apenas seu uso não pode ser responsabilizado pelo racismo, porém, são utilizadas para perpetuá-lo. De maneira oposta, a produção de conteúdo que vai de encontro as informações normativas é uma forma de desconconstruir as narrativas estruturais e estruturantes da colonialidade.