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A literatura analisada aponta evidências de modificações na expressão de genes por fatores ambientais que podem culminar no desenvolvimento do TEA; todavia os mecanismos exatos ainda não são conhecidos. Em animais, a exposição a pesticidas pode determinar alterações no neurodesenvolvimento, apesar de ainda não existir uma relação deste achado ao comportamento humano. A proximidade materna de regiões com ampla administração de praguicidas durante o período gestacional tem sido associada a prejuízo na cognição e na compreensão verbal, risco elevado para TEA e outros déficits intelectuais. Algumas substâncias podem interferir como fator protetor ou agravante da associação entre a ocorrência de TEA frente à exposição de pesticidas. 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A EXPOSIÇÃO PRÉ-NATAL A PESTICIDAS PODE DESENCADEAR O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA?
O transtorno do espectro autista (TEA) é caracterizado por prejuízos no desenvolvimento neurológico e dificuldades no relacionamento social. A etiologia do TEA é multifatorial, influenciada por aspectos genéticos, biológicos e ambientais. O objetivo deste estudo é analisar a literatura recente para verificar a associação entre a exposição pré-natal a pesticidas e o desenvolvimento do TEA a fim de orientar ações de prevenção e pesquisas. O presente artigo de revisão foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica realizada nos portais de busca PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde e Portal de Periódicos CAPES, com a seleção de artigos científicos publicados entre os anos de 2016 e 2020. A literatura analisada aponta evidências de modificações na expressão de genes por fatores ambientais que podem culminar no desenvolvimento do TEA; todavia os mecanismos exatos ainda não são conhecidos. Em animais, a exposição a pesticidas pode determinar alterações no neurodesenvolvimento, apesar de ainda não existir uma relação deste achado ao comportamento humano. A proximidade materna de regiões com ampla administração de praguicidas durante o período gestacional tem sido associada a prejuízo na cognição e na compreensão verbal, risco elevado para TEA e outros déficits intelectuais. Algumas substâncias podem interferir como fator protetor ou agravante da associação entre a ocorrência de TEA frente à exposição de pesticidas. Em suma, os estudos analisados demonstram a possível associação entre a exposição a pesticidas e o desenvolvimento do transtorno do espectro autista, demonstrando que é cada vez mais necessário investigar sobre a etiopatogenia multifatorial do TEA.