K. M. Albertim, E. V. E. Andrade, Íris V. C. Melo, G. J. B. Moura
{"title":"在巴西东北部伯南布哥州的大西洋森林碎片中,与凤梨科植物有关的无尾猿和蜥蜴","authors":"K. M. Albertim, E. V. E. Andrade, Íris V. C. Melo, G. J. B. Moura","doi":"10.13102/scb7976","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A Mata Atlântica destaca-se por apresentar grande diversidade de organismos, alta taxa de endemismo e por ser um dos ambientes naturais mais ameaçados do planeta. Dentre o universo de organismos que habitam este bioma, destacam-se a herpetofauna, por possuir alta especificidade microambiental, e as Bromeliaceae, por oferecerem um microambiente singular que pode ser utilizado por várias espécies, como anuros e lagartos. Este trabalho objetivou registrar a riqueza, abundância, distribuição temporal e espacial e a especificidade dos anuros e lagartos em relação às espécies de bromélias encontradas na Estação Ecológica do Tapacurá, fragmento de Mata Atlântica pernambucano. As bromélias foram visitadas semanalmente, sendo amostradas duas vezes por dia (manhã e noite) durante a estação chuvosa (abril a junho) e seca (setembro a novembro) de 2008, com esforço limitado a 80 bromélias por dia, 40 por turno, totalizando 1.600 bromélias analisadas, 800 por estação. Todas as plantas foram investigadas por observação direta, manipulação das folhas e três por turno pela remoção da planta. Paralelamente ao registro da herpetofauna, foram registradas espécies de bromélias, posição da folha (base, meio, centro) e parte da folha (proximal, medial, distal) onde se encontravam espécimes. Os animais foram classificados de acordo com o uso das bromélias. Foram registrados 10 representantes da herpetofauna (9 anuros e 1 lagarto) ocupando duas espécies de bromélias: Portea leptantha e Hohenbergia hamageana. Seis espécies (Dendropsophus elegans, Hypsiboas albomarginatus, Scinax eurydice, S. x-signatus, Elachistocleis ovalis e Bogertia lutzae) foram consideradas bromelícolas eventuais e quatro (Ischnocnema ramagii, Dendropsophus decipiens, Scinax auratus e S. pachycrus) bromelícolas habituais. Os animais foram registrados predominantemente na estação seca, fato esperado, já que nesta estação as bromélias representam uma das poucas reservas de água em Matas Atlânticas Estacionárias. Com relação aos períodos do dia, os registros foram mais freqüentes no período diurno da estação seca, sem diferenças na estação chuvosa. No geral, a comunidade analisada mostrou-se sem preferência entre as duas espécies de bromélias estudadas, embora S. pachycrus tenha sido mais encontrada em P. leptantha. Os anuros utilizaram principalmente as porções proximais das folhas do meio e do centro das bromélias, devido principalmente ao microambiente formado pelas axilas e pelo tanque central. 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Anuros e lagartos associados a bromélias em um fragmento de Mata Atlântica no Estado de Pernambuco, Nordeste brasileiro
A Mata Atlântica destaca-se por apresentar grande diversidade de organismos, alta taxa de endemismo e por ser um dos ambientes naturais mais ameaçados do planeta. Dentre o universo de organismos que habitam este bioma, destacam-se a herpetofauna, por possuir alta especificidade microambiental, e as Bromeliaceae, por oferecerem um microambiente singular que pode ser utilizado por várias espécies, como anuros e lagartos. Este trabalho objetivou registrar a riqueza, abundância, distribuição temporal e espacial e a especificidade dos anuros e lagartos em relação às espécies de bromélias encontradas na Estação Ecológica do Tapacurá, fragmento de Mata Atlântica pernambucano. As bromélias foram visitadas semanalmente, sendo amostradas duas vezes por dia (manhã e noite) durante a estação chuvosa (abril a junho) e seca (setembro a novembro) de 2008, com esforço limitado a 80 bromélias por dia, 40 por turno, totalizando 1.600 bromélias analisadas, 800 por estação. Todas as plantas foram investigadas por observação direta, manipulação das folhas e três por turno pela remoção da planta. Paralelamente ao registro da herpetofauna, foram registradas espécies de bromélias, posição da folha (base, meio, centro) e parte da folha (proximal, medial, distal) onde se encontravam espécimes. Os animais foram classificados de acordo com o uso das bromélias. Foram registrados 10 representantes da herpetofauna (9 anuros e 1 lagarto) ocupando duas espécies de bromélias: Portea leptantha e Hohenbergia hamageana. Seis espécies (Dendropsophus elegans, Hypsiboas albomarginatus, Scinax eurydice, S. x-signatus, Elachistocleis ovalis e Bogertia lutzae) foram consideradas bromelícolas eventuais e quatro (Ischnocnema ramagii, Dendropsophus decipiens, Scinax auratus e S. pachycrus) bromelícolas habituais. Os animais foram registrados predominantemente na estação seca, fato esperado, já que nesta estação as bromélias representam uma das poucas reservas de água em Matas Atlânticas Estacionárias. Com relação aos períodos do dia, os registros foram mais freqüentes no período diurno da estação seca, sem diferenças na estação chuvosa. No geral, a comunidade analisada mostrou-se sem preferência entre as duas espécies de bromélias estudadas, embora S. pachycrus tenha sido mais encontrada em P. leptantha. Os anuros utilizaram principalmente as porções proximais das folhas do meio e do centro das bromélias, devido principalmente ao microambiente formado pelas axilas e pelo tanque central. O método de retirada das bromélias não se mostrou eficaz, bastando a observação direta e manipulação das folhas para exposição das axilas.