Júlia Trentin Motter, Camille Dalpiaz, Renata Dalla Santa
{"title":"猫密码-偶然关系","authors":"Júlia Trentin Motter, Camille Dalpiaz, Renata Dalla Santa","doi":"10.51161/clinvet2023/21230","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"RESUMO A criptococose felina é causada por fungos leveduriformes principalmente do gênero Cryptococcus pertencentes ao complexo C. neoformans C. gattii e é uma doença amplamente distribuída. Relata-se um caso de criptococose em um felino sem raça definida, fêmea, 4 meses de idade, pesando 3 kg, FIV e FeLV negativo, não castrado. O animal chegou para atendimento com histórico de secreção nasal transparente e de mau odor, dificuldade respiratória e edema nasal. Apresentava-se ativa, um pouco ofegante, se alimentava normalmente, sem contactantes felinos e possuía acesso ao pátio. O felino já tinha passado por tratamentos anteriores com antibióticos, sem melhora clínica. No exame físico foi evidenciado aumento de linfonodos submandibulares, presença de granuloma em plano nasal, causando obstrução das narinas; sendo indicado a realização de raio x de crânio, exames de sangue, lavado nasal, citologia, cultura fúngica, cultura bacteriana e antibiograma. Ao exame radiográfico, observou-se aumento da radiopacidade das partes moles adjacentes ao osso incisivo e nasal, indicando diagnóstico diferencial de abscesso de tecidos moles. O exame sanguíneo apresentou hematócrito de 22,8% (valores de referência entre 25 e 45 %) e trombocitopenia no hemograma. Os exames bioquímicos (ALT e FA) permaneceram dentro dos limites para a espécie e os reticulócitos apresentaram-se baixos. Na citologia de linfonodos, narinas esquerda e direita, o diagnóstico foi respectivamente de hiperplasia nodal reativa/linfadenite eosinofílica, inflamação supurativa e eosinofílica e alteração epiteliais displásicas. Na cultura fúngica, houve o crescimento de Cryptococcus sp.; já na cultura bacteriana não houve crescimento de microrganismos patogênicos. O tratamento instituído baseia-se em lavagem nasal, antiinflamatório, antifúngico (oral e pomada), antibiótico, suplementos vitamínicos e medicamento homeopático. Somente no início do tratamento o tutor notou regressão da lesão, necessitando posterior troca de antifúngico. O felino não demonstrou evolução clínica do quadro dentro de 7 meses e mantém acompanhamento mensal no hospital veterinário. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de criptococose em um felino, em razão de sua importância epidemiológica e por se tratar de uma doença de considerável prevalência, que se dissemina rapidamente no organismo animal.","PeriodicalId":105827,"journal":{"name":"Anais do III Congresso On-line Nacional de Clínica Veterinária de Pequenos Animais","volume":"30 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-07-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"CRIPTOCOCOSE FELINA - RELATO DE CASO\",\"authors\":\"Júlia Trentin Motter, Camille Dalpiaz, Renata Dalla Santa\",\"doi\":\"10.51161/clinvet2023/21230\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"RESUMO A criptococose felina é causada por fungos leveduriformes principalmente do gênero Cryptococcus pertencentes ao complexo C. neoformans C. gattii e é uma doença amplamente distribuída. Relata-se um caso de criptococose em um felino sem raça definida, fêmea, 4 meses de idade, pesando 3 kg, FIV e FeLV negativo, não castrado. O animal chegou para atendimento com histórico de secreção nasal transparente e de mau odor, dificuldade respiratória e edema nasal. Apresentava-se ativa, um pouco ofegante, se alimentava normalmente, sem contactantes felinos e possuía acesso ao pátio. O felino já tinha passado por tratamentos anteriores com antibióticos, sem melhora clínica. No exame físico foi evidenciado aumento de linfonodos submandibulares, presença de granuloma em plano nasal, causando obstrução das narinas; sendo indicado a realização de raio x de crânio, exames de sangue, lavado nasal, citologia, cultura fúngica, cultura bacteriana e antibiograma. Ao exame radiográfico, observou-se aumento da radiopacidade das partes moles adjacentes ao osso incisivo e nasal, indicando diagnóstico diferencial de abscesso de tecidos moles. O exame sanguíneo apresentou hematócrito de 22,8% (valores de referência entre 25 e 45 %) e trombocitopenia no hemograma. Os exames bioquímicos (ALT e FA) permaneceram dentro dos limites para a espécie e os reticulócitos apresentaram-se baixos. Na citologia de linfonodos, narinas esquerda e direita, o diagnóstico foi respectivamente de hiperplasia nodal reativa/linfadenite eosinofílica, inflamação supurativa e eosinofílica e alteração epiteliais displásicas. Na cultura fúngica, houve o crescimento de Cryptococcus sp.; já na cultura bacteriana não houve crescimento de microrganismos patogênicos. O tratamento instituído baseia-se em lavagem nasal, antiinflamatório, antifúngico (oral e pomada), antibiótico, suplementos vitamínicos e medicamento homeopático. Somente no início do tratamento o tutor notou regressão da lesão, necessitando posterior troca de antifúngico. O felino não demonstrou evolução clínica do quadro dentro de 7 meses e mantém acompanhamento mensal no hospital veterinário. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de criptococose em um felino, em razão de sua importância epidemiológica e por se tratar de uma doença de considerável prevalência, que se dissemina rapidamente no organismo animal.\",\"PeriodicalId\":105827,\"journal\":{\"name\":\"Anais do III Congresso On-line Nacional de Clínica Veterinária de Pequenos Animais\",\"volume\":\"30 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-07-04\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Anais do III Congresso On-line Nacional de Clínica Veterinária de Pequenos Animais\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.51161/clinvet2023/21230\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do III Congresso On-line Nacional de Clínica Veterinária de Pequenos Animais","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/clinvet2023/21230","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
RESUMO A criptococose felina é causada por fungos leveduriformes principalmente do gênero Cryptococcus pertencentes ao complexo C. neoformans C. gattii e é uma doença amplamente distribuída. Relata-se um caso de criptococose em um felino sem raça definida, fêmea, 4 meses de idade, pesando 3 kg, FIV e FeLV negativo, não castrado. O animal chegou para atendimento com histórico de secreção nasal transparente e de mau odor, dificuldade respiratória e edema nasal. Apresentava-se ativa, um pouco ofegante, se alimentava normalmente, sem contactantes felinos e possuía acesso ao pátio. O felino já tinha passado por tratamentos anteriores com antibióticos, sem melhora clínica. No exame físico foi evidenciado aumento de linfonodos submandibulares, presença de granuloma em plano nasal, causando obstrução das narinas; sendo indicado a realização de raio x de crânio, exames de sangue, lavado nasal, citologia, cultura fúngica, cultura bacteriana e antibiograma. Ao exame radiográfico, observou-se aumento da radiopacidade das partes moles adjacentes ao osso incisivo e nasal, indicando diagnóstico diferencial de abscesso de tecidos moles. O exame sanguíneo apresentou hematócrito de 22,8% (valores de referência entre 25 e 45 %) e trombocitopenia no hemograma. Os exames bioquímicos (ALT e FA) permaneceram dentro dos limites para a espécie e os reticulócitos apresentaram-se baixos. Na citologia de linfonodos, narinas esquerda e direita, o diagnóstico foi respectivamente de hiperplasia nodal reativa/linfadenite eosinofílica, inflamação supurativa e eosinofílica e alteração epiteliais displásicas. Na cultura fúngica, houve o crescimento de Cryptococcus sp.; já na cultura bacteriana não houve crescimento de microrganismos patogênicos. O tratamento instituído baseia-se em lavagem nasal, antiinflamatório, antifúngico (oral e pomada), antibiótico, suplementos vitamínicos e medicamento homeopático. Somente no início do tratamento o tutor notou regressão da lesão, necessitando posterior troca de antifúngico. O felino não demonstrou evolução clínica do quadro dentro de 7 meses e mantém acompanhamento mensal no hospital veterinário. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de criptococose em um felino, em razão de sua importância epidemiológica e por se tratar de uma doença de considerável prevalência, que se dissemina rapidamente no organismo animal.