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Os resultados obtidos mostraram um perfil imunológico celular característico dos casos de AIDS: leucopenia, linfopenia, diminuição do número de linfócitos T4 e aumento de T8, inversão da relação T4/T8, e resposta diminuída de proliferação de linfócitos frente à mitógenos e PPD, corroborando resultados laboratoriais dos casos de AIDS publicados pelo CDC de Atlanta, EUA. Posteriormente, o laboratório dedicou-se ao diagnóstico de infecção perinatal pelo HIV, padronizando a técnica de secreção induzida de anticorpos in vitro (IVIAP), capaz de detectar anticorpos anti-HIV produzidos por linfócitos B de crianças infectadas, diferenciando-os daqueles passivamente adquiridos da mãe durante a gestação. A IVIAP mostrou alta sensibilidade e especificidade, podendo ser usada no diagnóstico de infecção pelo HIV em crianças com mais de dois meses de idade.","PeriodicalId":113666,"journal":{"name":"BEPA. 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Desafios e contribuição do Laboratório de Imunologia Celular do Instituto Adolfo Lutz de São Paulo nos primeiros anos da epidemia de AIDS no Brasil
No ano em que se comemora 40 anos da implantação do primeiro Programa de AIDS em São Paulo, não poderia deixar de relatar os desafios e a contribuição concedida pelo Laboratório de Imunologia Celular do Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, no período que antecedeu a identificação e o isolamento do HIV; portanto, quando não havia testes disponíveis no mercado nacional e internacional para o diagnóstico laboratorial sorológico e molecular desta infecção/doença. O perfil imunológico celular dos 111 primeiros casos suspeitos de AIDS de São Paulo foi avaliado pela contagem de linfócitos T e B, subpopulações de linfócitos T (T4 e T8), cálculo da razão T4/T8, e teste de proliferação de linfócitos (cultura de linfócitos) após estímulo com mitógenos e antígeno PPD. Os resultados obtidos mostraram um perfil imunológico celular característico dos casos de AIDS: leucopenia, linfopenia, diminuição do número de linfócitos T4 e aumento de T8, inversão da relação T4/T8, e resposta diminuída de proliferação de linfócitos frente à mitógenos e PPD, corroborando resultados laboratoriais dos casos de AIDS publicados pelo CDC de Atlanta, EUA. Posteriormente, o laboratório dedicou-se ao diagnóstico de infecção perinatal pelo HIV, padronizando a técnica de secreção induzida de anticorpos in vitro (IVIAP), capaz de detectar anticorpos anti-HIV produzidos por linfócitos B de crianças infectadas, diferenciando-os daqueles passivamente adquiridos da mãe durante a gestação. A IVIAP mostrou alta sensibilidade e especificidade, podendo ser usada no diagnóstico de infecção pelo HIV em crianças com mais de dois meses de idade.