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Diderot compara o eu a um feixe de fios, demostrando qual o processo de transformação que esse feixe de fios passou para chegar na forma atual de feixe de fios: ele era algo imperceptível, formado pelas moléculas de seu pai e sua mãe, tornou-se um fio delgado e depois um feixe de fios. Por um processo de nutrição e transformação das moléculas, cada fibra do feixe de fios se transforma em um órgão, extremamente suscetível à sensibilidade. Algumas dassensações percebidas são mais fracas, outras mais marcantes, e para Diderot são essas sensações mais marcantes que darão origem à memória, logo são elas que possibilitam a ideia de um eu. Mas Diderotvisualiza o eu como uma ilusão criada por nós, pois, na sucessiva transformação do todo que é a matéria, cada indivíduo é alterado. Participamos desse todo travestido em várias formas, não tendoassim o conhecimento do que seremos daqui a um ano ou um século, por isso é necessário observar o processo de transformações sucessivas por que a matéria passou para chegar à forma atual. Portanto, só podemos conhecer a natureza do pensamento através do processo de transformação da matéria.","PeriodicalId":101492,"journal":{"name":"Complexitas – Revista de Filosofia Temática","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-02-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES: A RELAÇÃO ENTRE CORPO E MENTE, SEGUNDO DIDEROT\",\"authors\":\"Danielly Lima dos Santos, Ana Portich\",\"doi\":\"10.18542/COMPLEXITAS.V3I1.6645\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Neste trabalho, será exposto o materialismo defendido por Diderot n’O Sonho de D’Alembert. 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A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES: A RELAÇÃO ENTRE CORPO E MENTE, SEGUNDO DIDEROT
Neste trabalho, será exposto o materialismo defendido por Diderot n’O Sonho de D’Alembert. Nesse texto redigido a partir de 1769, Diderot trata da relação entre corpo e mente por um viés materialista/monista, explicando como duas coisas aparentemente tão diferentes como o pensamento,imaterial e indivisível, e o corpo, material e divisível, estão conectadas. Descarta diretamente o dualismo substancial cartesiano, deixando claro que tudo é matéria (sensível), e a diferença se dáapenas na sucessiva transformação da matéria de sensibilidade inerte para matéria de sensibilidade ativa. Ou seja, do não inteligente deriva o inteligente. Diderot trata ainda da questão do eu sob um viés materialista e até certo ponto determinista. Diderot compara o eu a um feixe de fios, demostrando qual o processo de transformação que esse feixe de fios passou para chegar na forma atual de feixe de fios: ele era algo imperceptível, formado pelas moléculas de seu pai e sua mãe, tornou-se um fio delgado e depois um feixe de fios. Por um processo de nutrição e transformação das moléculas, cada fibra do feixe de fios se transforma em um órgão, extremamente suscetível à sensibilidade. Algumas dassensações percebidas são mais fracas, outras mais marcantes, e para Diderot são essas sensações mais marcantes que darão origem à memória, logo são elas que possibilitam a ideia de um eu. Mas Diderotvisualiza o eu como uma ilusão criada por nós, pois, na sucessiva transformação do todo que é a matéria, cada indivíduo é alterado. Participamos desse todo travestido em várias formas, não tendoassim o conhecimento do que seremos daqui a um ano ou um século, por isso é necessário observar o processo de transformações sucessivas por que a matéria passou para chegar à forma atual. Portanto, só podemos conhecer a natureza do pensamento através do processo de transformação da matéria.