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Questiona-se, então, a relação entre nossos microorganismos intestinais com a ativação e equilíbrio do sistema imunológico. Objetivo: O presente trabalho busca relacionar as mudanças na microbiota e sua relação com a elevada incidência de doenças autoimunes no século XXI. Material e métodos: Realizou-se uma revisão bibliográfica das bases de dados PubMed e Scielo utilizando os descritores: Autoimmune diseases, Microbioma, Microbiota Intestinal e Simbiose Intestinal. Foram selecionados 5 artigos publicados a partir de 2017 para base deste estudo. Resultados: O equilíbrio simbiótico entre microbiota e sistema imune permite que haja tolerância imunológica às bactérias consideradas benéficas ao organismo humano. A médio e longo prazo, nota-se que esses pacientes se tornam mais protegidos de doenças autoimunes. Em contrapartida, pacientes medicados repetidamente com antibióticos apresentam uma disbiose seguida de infecções intestinais oportunistas, como a causada pelo Clostridium difficile. Outrossim, dietas ricas em carboidratos e com baixo teor de fibras mostram-se mais imunogênicas ao comprometer a homeostase de bactérias residentes no TGI. Com isso, há maiores chances de desenvolver doenças inflamatórias intestinais, como Chron e Retocolite. Conclusão: Nosso microbioma intestinal tem mostrado influência no processo de saúde e doença de seu hospedeiro. Entende-se, portanto, que a manutenção de uma microbiota autóctone é capaz de reduzir a incidência de doenças imunomediadas. 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MICROBIOTA COMO FONTE IMUNOMODULADORA: NOVOS OLHARES SOBRE AS DOENÇAS EMERGENTES DO SÉCULO XXI
Introdução: A microbiota humana representa uma ampla gama de microorganismos que compõem a flora intestinal de um indivíduo. Essa comunidade microbiana se forma após o nascimento e está intimamente relacionada com a modulação do sistema imunológico. Considerada um ecossistema extremamente complexo, sua composição varia com a idade, estilo de vida e hábitos alimentares. No último século, após o advento dos antibióticos e da industrialização alimentícia, houve uma mudança significativa nos subgrupos da microbiota intestinal. Concomitantemente, elevou-se o espectro das doenças consideradas imunomediadas. Alergias, demências e distúrbios gastrointestinais prevalecem no cotidiano de grande parcela da população a nível mundial. Questiona-se, então, a relação entre nossos microorganismos intestinais com a ativação e equilíbrio do sistema imunológico. Objetivo: O presente trabalho busca relacionar as mudanças na microbiota e sua relação com a elevada incidência de doenças autoimunes no século XXI. Material e métodos: Realizou-se uma revisão bibliográfica das bases de dados PubMed e Scielo utilizando os descritores: Autoimmune diseases, Microbioma, Microbiota Intestinal e Simbiose Intestinal. Foram selecionados 5 artigos publicados a partir de 2017 para base deste estudo. Resultados: O equilíbrio simbiótico entre microbiota e sistema imune permite que haja tolerância imunológica às bactérias consideradas benéficas ao organismo humano. A médio e longo prazo, nota-se que esses pacientes se tornam mais protegidos de doenças autoimunes. Em contrapartida, pacientes medicados repetidamente com antibióticos apresentam uma disbiose seguida de infecções intestinais oportunistas, como a causada pelo Clostridium difficile. Outrossim, dietas ricas em carboidratos e com baixo teor de fibras mostram-se mais imunogênicas ao comprometer a homeostase de bactérias residentes no TGI. Com isso, há maiores chances de desenvolver doenças inflamatórias intestinais, como Chron e Retocolite. Conclusão: Nosso microbioma intestinal tem mostrado influência no processo de saúde e doença de seu hospedeiro. Entende-se, portanto, que a manutenção de uma microbiota autóctone é capaz de reduzir a incidência de doenças imunomediadas. Tendo isso em mente, alternativas que visem corrigir uma disbiose intestinal, como probióticos, prebióticos e até transplante de microbiota fecal, podem prevenir e tratar uma ampla gama de doenças consideradas emergentes no século XXI.