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Se para nós, leitores modernos, os versos homéricos fizeram pouco mais do que consagrar a beleza de Cassandra, foram os versos de Píndaro que, por sua vez, reconheceram-na como adivinha, mas é à tragédia Agamêmnon, de Ésquilo, que os traços fundamentais que distinguem a figura de Cassandra e povoam nosso imaginário parecem inevitavelmente convergir. Este artigo propõe-se, assim, a discorrer sobre três momentos na representação da princesa troiana – o seu retrato homérico, pindárico e esquiliano –, enfatizando, sobretudo, nos textos analisados, a relação da personagem com o tempo passado, presente e futuro.