C. Carvalho, Kelly Costa de Almeida, Carine Pimenta Maurício Dantas Tostes, Gustavo Manso Fernandes, A. C. Pascoal
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Após análise dos dados, constatou-se que a paciente possuía anemia, com hemoglobina de 11,3 g/dL e hematócrito de 33%. Embora a paciente já fosse diagnosticada com diabetes, devido aos últimos resultados de glicose com média de 148 mg/dl, a anemia prejudicou a dosagem de HbA1c circulante, levando a interpretações equivocadas e ao falso resultado de glicemia média estimada. Embora a Sociedade Brasileira de Diabetes preconize a realização de glicemia em jejum, teste de tolerância à glicose e hemoglobina glicada, muitos médicos se baseiam em apenas um desses resultados para diagnóstico. A hemácia é permeável à molécula de glicose, sendo que a Hb fica praticamente exposta às mesmas concentrações da glicose plasmática. Sendo assim, os níveis de HbA1c refletem o controle glicêmico dos 3 a 4 meses que precederam à dosagem. Porém, uma vez que o paciente apresenta déficit de hemácias circulantes, não será possível realizar a dosagem real da HbA1c, uma vez que não houve hemácias circulantes suficientes para ocasionar o acúmulo. A incidência de eritrócitos jovens na circulação depois da terapia com ferro poderia levar à diluição e diminuição da HbA1c pela HbA1c previamente formada. Eritrócitos jovens contêm níveis mais baixos de hemoglobina glicada do que eritrócitos maduros. CONCLUSÃO: A falha na correlação clínica da paciente, pode ocasionar uma falsa interpretação, afinal embora apresente um quadro aparentemente favorável, na realidade é reflexo da alteração hematológica, consequentemente levantando suspeitas sobre a qualidade do exame realizado e das fases que compreendem a análise laboratorial.","PeriodicalId":212401,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","volume":"145 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"INTERFERÊNCIA DA ANEMIA NO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTE DIABÉTICO: UM ESTUDO DE CASO\",\"authors\":\"C. Carvalho, Kelly Costa de Almeida, Carine Pimenta Maurício Dantas Tostes, Gustavo Manso Fernandes, A. C. 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INTERFERÊNCIA DA ANEMIA NO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTE DIABÉTICO: UM ESTUDO DE CASO
INTRODUÇÃO: De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020, o acompanhamento da glicose por meio da hemoglobina glicada é um importante preditor sobre o risco de complicações crônicas. Porém, a dosagem de HbA1c não apresenta resultados fidedignos sobre o acompanhamento do DM prejudicando o controle da doença, caso o paciente apresente deficiência de hemácias. OBJETIVOS: Avaliar a possível interferência da anemia nos resultados de HBA1c. MATERIAL E MÉTODOS: Foram correlacionados os dados hematológicos e bioquímicos de paciente anêmica crônica e portador de diabetes. RESULTADOS: Paciente do sexo feminino, 61 anos, relatou questionamento médico sobre a glicemia em jejum que não condizia com os resultados de HBA1c. Após análise dos dados, constatou-se que a paciente possuía anemia, com hemoglobina de 11,3 g/dL e hematócrito de 33%. Embora a paciente já fosse diagnosticada com diabetes, devido aos últimos resultados de glicose com média de 148 mg/dl, a anemia prejudicou a dosagem de HbA1c circulante, levando a interpretações equivocadas e ao falso resultado de glicemia média estimada. Embora a Sociedade Brasileira de Diabetes preconize a realização de glicemia em jejum, teste de tolerância à glicose e hemoglobina glicada, muitos médicos se baseiam em apenas um desses resultados para diagnóstico. A hemácia é permeável à molécula de glicose, sendo que a Hb fica praticamente exposta às mesmas concentrações da glicose plasmática. Sendo assim, os níveis de HbA1c refletem o controle glicêmico dos 3 a 4 meses que precederam à dosagem. Porém, uma vez que o paciente apresenta déficit de hemácias circulantes, não será possível realizar a dosagem real da HbA1c, uma vez que não houve hemácias circulantes suficientes para ocasionar o acúmulo. A incidência de eritrócitos jovens na circulação depois da terapia com ferro poderia levar à diluição e diminuição da HbA1c pela HbA1c previamente formada. Eritrócitos jovens contêm níveis mais baixos de hemoglobina glicada do que eritrócitos maduros. CONCLUSÃO: A falha na correlação clínica da paciente, pode ocasionar uma falsa interpretação, afinal embora apresente um quadro aparentemente favorável, na realidade é reflexo da alteração hematológica, consequentemente levantando suspeitas sobre a qualidade do exame realizado e das fases que compreendem a análise laboratorial.