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O uso de linguagem preconceituosa foi o episódio de perceção de discriminação mais frequente e o serviço de urgência o local onde ocorreu com mais frequência. Encontramos relação entre episódios de perceção de discriminação em medicina geral e familiar, com o desconforto sentido em abordar saúde trans com o médico de família. \nDiscussão: A discriminação percecionada por pessoas trans foi semelhante à verificada na literatura, em contexto de urgência e medicina geral e familiar. 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Discriminação e Barreiras ao Acesso ao Serviço Nacional de Saúde Percecionados por Pessoas Trans
Introdução: A população trans, que necessita de tratamentos médicos, cirúrgicos e psicológicos específicos pela sua condição, é confrontada com discriminação, preconceito e estigma, na procura de serviços de saúde, que limitam o seu acesso. Este estudo pretende avaliar barreiras no acesso à saúde, por esta população, em três ambientes distintos do Serviço Nacional de Saúde (urgência, medicina geral e familiar e cirurgia).
Material e Métodos: Realizou‑se um estudo transversal, não controlado, com recurso a entrevista a 71 pessoas trans, após consulta de Sexologia. Um modelo de entrevista foi elaborado pelos autores, adaptando questões do Trans Pulse Project e do 2015 US Transgender Survey.
Resultados: Metade dos trans que recorreram aos três contextos estudados percecionaram discriminação por um profissional de saúde. O uso de linguagem preconceituosa foi o episódio de perceção de discriminação mais frequente e o serviço de urgência o local onde ocorreu com mais frequência. Encontramos relação entre episódios de perceção de discriminação em medicina geral e familiar, com o desconforto sentido em abordar saúde trans com o médico de família.
Discussão: A discriminação percecionada por pessoas trans foi semelhante à verificada na literatura, em contexto de urgência e medicina geral e familiar. O incumprimento e desconhecimento de guidelines de boas práticas clínicas, por profissionais de saúde, à semelhança da literatura, podem constituir barreiras de acesso a cuidados de saúde, na população estudada.
Conclusão: Verificamos que existe a necessidade de estudar, a nível nacional, o impacto da discriminação na população trans, bem como de avaliar e promover a formação de profissionais de saúde nesta área.