Subsídios para utilização da energia geotérmica superficial na climatização de edificações: comportamento térmico do solo latossolo vermelho nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil

As edificações residenciais e comerciais representam aproximadamente 31% do consumo total de energia elétrica no mundo, além de serem responsáveis por um terço das emissões globais de gases do efeito estufa. Alvitramos pela utilização da Energia Geotérmica Superficial no aumento sustentável do conforto térmico do ambiente construído. O presente trabalho realizou um monitoramento do comportamento térmico do solo Latossolo Vermelho nas cidades de Dourados-MS, Fátima do Sul-MS e Dracena-SP a fim de verificar o comportamento da temperatura do solo em relação à do ambiente. As aferições de temperatura do subsolo foram realizadas para as profundidades de 0,0 m (temperatura ambiente) a 6,0 m, sendo a cada 1,5 m em Dourados e Fátima do Sul, e a cada 2,0 m em Dracena. Uma metodologia própria foi desenvolvida para monitorar a temperatura do subsolo e, assim, dar início à construção de uma base de dados, nas diferentes localidades, que subsidiem o desenvolvimento de projetos para utilização da Energia Geotérmica Superficial no condicionamento passivo de edificações. Os estudos demonstraram, como previsto na literatura, uma estabilidade térmica do solo caracterizada pela redução exponencial da amplitude térmica, sendo monitorados valores inferiores a 1 °C para essa grandeza durante o período de um ano de observação das regiões estudadas na profundidade de 6 metros. Foram determinadas, também, a difusividade térmica e a velocidade de propagação da onda de temperatura para o solo Latossolo Vermelho das regiões analisadas. Para a difusividade térmica, foram obtidos valores entre 0,32.10-6 m2.s-1 e 0,47.10-6 m2.s-1 e, para a velocidade de propagação, os valores observados variaram de 0,36.10-6 m.s-1 a 0,43.10-6 m.s-1. A estabilidade da temperatura do solo a poucos metros de profundidade torna promissora a utilização da Energia Geotérmica Superficial na climatização de edificações, aproveitando-o como fonte e dissipador de calor, podendo arrefecer o ambiente interno no verão e aquecê-lo no inverno.