{"title":"水与人:书写身份","authors":"A. M. Fonseca","doi":"10.35520/mulemba.2018.v10n18a15361","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A produção ficcional de João Paulo Borges Coelho representa hoje um importante contributo para o repensar das questões identitárias no espaço moçambicano, através da recuperação da memória coletiva, quer pré quer pós-independência. No presente ensaio, proceder-se-á à análise de Água. Uma novela rural (2016), na qual o autor retoma a representação dos rios como uma metáfora central na construção da narrativa, observando os modos de construção de uma reflexão pertinente sobre a construção das identidades, numa relação complexa entre tradição e modernidade, campo e cidade, nativo e estrangeiro, novo e velho. A situação de seca extrema que se vive na aldeia agudiza os conflitos sociais latentes, e a novela desenvolve-se num diálogo pontuado pela perplexidade e pelas contradições, à semelhança da própria água que, avisa o narrador logo no início da novela, não é de fiar. Escassa no início, torrencial depois, a água pontua a vida das gentes e assinala a chegada de um tempo em que as fronteiras se esboroam e todas as mestiçagens se fazem necessárias.","PeriodicalId":331630,"journal":{"name":"Revista Mulemba","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":"{\"title\":\"Das águas e das gentes: escrever a identidade\",\"authors\":\"A. M. Fonseca\",\"doi\":\"10.35520/mulemba.2018.v10n18a15361\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A produção ficcional de João Paulo Borges Coelho representa hoje um importante contributo para o repensar das questões identitárias no espaço moçambicano, através da recuperação da memória coletiva, quer pré quer pós-independência. No presente ensaio, proceder-se-á à análise de Água. Uma novela rural (2016), na qual o autor retoma a representação dos rios como uma metáfora central na construção da narrativa, observando os modos de construção de uma reflexão pertinente sobre a construção das identidades, numa relação complexa entre tradição e modernidade, campo e cidade, nativo e estrangeiro, novo e velho. A situação de seca extrema que se vive na aldeia agudiza os conflitos sociais latentes, e a novela desenvolve-se num diálogo pontuado pela perplexidade e pelas contradições, à semelhança da própria água que, avisa o narrador logo no início da novela, não é de fiar. Escassa no início, torrencial depois, a água pontua a vida das gentes e assinala a chegada de um tempo em que as fronteiras se esboroam e todas as mestiçagens se fazem necessárias.\",\"PeriodicalId\":331630,\"journal\":{\"name\":\"Revista Mulemba\",\"volume\":\"7 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2018-06-30\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"1\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Mulemba\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.35520/mulemba.2018.v10n18a15361\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Mulemba","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35520/mulemba.2018.v10n18a15361","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A produção ficcional de João Paulo Borges Coelho representa hoje um importante contributo para o repensar das questões identitárias no espaço moçambicano, através da recuperação da memória coletiva, quer pré quer pós-independência. No presente ensaio, proceder-se-á à análise de Água. Uma novela rural (2016), na qual o autor retoma a representação dos rios como uma metáfora central na construção da narrativa, observando os modos de construção de uma reflexão pertinente sobre a construção das identidades, numa relação complexa entre tradição e modernidade, campo e cidade, nativo e estrangeiro, novo e velho. A situação de seca extrema que se vive na aldeia agudiza os conflitos sociais latentes, e a novela desenvolve-se num diálogo pontuado pela perplexidade e pelas contradições, à semelhança da própria água que, avisa o narrador logo no início da novela, não é de fiar. Escassa no início, torrencial depois, a água pontua a vida das gentes e assinala a chegada de um tempo em que as fronteiras se esboroam e todas as mestiçagens se fazem necessárias.