Shimênia Vieira de Oliveira Cruz, Aléssia Silva Fontenelle
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O presente trabalho objetiva promover uma reflexão no campo da sexualidade por meio da abordagem de alguns conceitos fundamentais para a psicanálise. O modo como esta delimita conceitualmente o corpo e o gozo nos auxilia nessa tarefa de articular as noções contemporâneas de sexualidade e gênero. A metodologia utilizada para a elaboração deste artigo se deu a partir do estudo sistemático de produções do Campo Lacaniano, que acontecem uma vez por semana no NuPSaM (Núcleo de Psicanálise e Saúde Mental) da Universidade Federal do Vale do São Francisco. O texto, que ora se apresenta, foi elaborado a partir da I Jornada de Psicanálise da Univasf. Sabemos, com Freud, que a sexualidade está para além do instinto sexual, promovendo uma ruptura em relação aos órgãos genitais em si. Há, nesse sentido, uma função corpórea mais abrangente, ligada às pulsões, que visam a objetos que nada têm a ver com uma finalidade reprodutiva. Tal perspectiva é atravessada pela impossibilidade da relação sexual, pelo que não cessa de não se escrever. Assim, o que está em questão são as posições de gozo e a distinção do gozo fálico do gozo Outro, gozo esse suplementar e relativo ao enigma do feminino. Com isso, qualquer um pode se alojar numa ou outra posição (gozo suplementar ou fálico) frente ao real do sexo. Ao introduzir a pluralização do gozo, a sexualidade passa a ser abordada a partir da lógica, do singular. O gênero se aproxima da questão do ser, refere-se ao que desperta, em cada sujeito, a questão do que deseja e de quem deseja.