{"title":"巴黎的诗歌和经验没有中心,marilia Garcia著","authors":"J. S. Pereira","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N19A19618","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este trabalho propõe uma análise de Paris não tem centro, de Marília Garcia, a partir da imagem das “passagens”, que percorre todo o livro. Trata-se de um diálogo com a Paris do século XIX (com as passagens de Benjamin), mas também com uma passagem que é “de érica zíngano” e com uma “miragem com lu menezes”, isto é, passagem pela tradução e pelo contato com o outro. O que destitui Paris de um centro, essencial para o que parece estar em jogo, são as passagens que parecem experienciadas distintamente tanto da ideia de flanêrie nos moldes de Baudelaire como da deambulação surrealista. A cidade como cenário é evocada, mas diz respeito também à experiência da escrita como algo que busca contato. Paris não é uma cidade-objeto para a qual o “poeta” ou “escritor” olha com distanciamento e sobre a qual escreve: a relação entre a cidade, a poesia e o próprio lugar da arte enquanto instituição é colocada em jogo. Como a “Paris, mito moderno” (Roger Caillois) pode ser entendida a partir de Paris não tem centro? Como a experiência e a imagem do cotidiano se colocam e que interferência isso pode ter na noção de “contemporaneidade” do texto?","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":"{\"title\":\"Poesia e experiência em Paris não tem centro, de Marília Garcia\",\"authors\":\"J. S. Pereira\",\"doi\":\"10.35520/FLBC.2018.V10N19A19618\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este trabalho propõe uma análise de Paris não tem centro, de Marília Garcia, a partir da imagem das “passagens”, que percorre todo o livro. Trata-se de um diálogo com a Paris do século XIX (com as passagens de Benjamin), mas também com uma passagem que é “de érica zíngano” e com uma “miragem com lu menezes”, isto é, passagem pela tradução e pelo contato com o outro. O que destitui Paris de um centro, essencial para o que parece estar em jogo, são as passagens que parecem experienciadas distintamente tanto da ideia de flanêrie nos moldes de Baudelaire como da deambulação surrealista. A cidade como cenário é evocada, mas diz respeito também à experiência da escrita como algo que busca contato. Paris não é uma cidade-objeto para a qual o “poeta” ou “escritor” olha com distanciamento e sobre a qual escreve: a relação entre a cidade, a poesia e o próprio lugar da arte enquanto instituição é colocada em jogo. Como a “Paris, mito moderno” (Roger Caillois) pode ser entendida a partir de Paris não tem centro? Como a experiência e a imagem do cotidiano se colocam e que interferência isso pode ter na noção de “contemporaneidade” do texto?\",\"PeriodicalId\":354339,\"journal\":{\"name\":\"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea\",\"volume\":\"14 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2018-06-30\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"1\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N19A19618\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N19A19618","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Poesia e experiência em Paris não tem centro, de Marília Garcia
Este trabalho propõe uma análise de Paris não tem centro, de Marília Garcia, a partir da imagem das “passagens”, que percorre todo o livro. Trata-se de um diálogo com a Paris do século XIX (com as passagens de Benjamin), mas também com uma passagem que é “de érica zíngano” e com uma “miragem com lu menezes”, isto é, passagem pela tradução e pelo contato com o outro. O que destitui Paris de um centro, essencial para o que parece estar em jogo, são as passagens que parecem experienciadas distintamente tanto da ideia de flanêrie nos moldes de Baudelaire como da deambulação surrealista. A cidade como cenário é evocada, mas diz respeito também à experiência da escrita como algo que busca contato. Paris não é uma cidade-objeto para a qual o “poeta” ou “escritor” olha com distanciamento e sobre a qual escreve: a relação entre a cidade, a poesia e o próprio lugar da arte enquanto instituição é colocada em jogo. Como a “Paris, mito moderno” (Roger Caillois) pode ser entendida a partir de Paris não tem centro? Como a experiência e a imagem do cotidiano se colocam e que interferência isso pode ter na noção de “contemporaneidade” do texto?