初级卫生保健服务的两岁以下儿童接触超加工食品和食品环境促进肥胖

Isabela Barroso Paixão, Mikaela Raphael Guerreiro Santos, Claudia Valéria Cardim Silva, J. Damião
{"title":"初级卫生保健服务的两岁以下儿童接触超加工食品和食品环境促进肥胖","authors":"Isabela Barroso Paixão, Mikaela Raphael Guerreiro Santos, Claudia Valéria Cardim Silva, J. Damião","doi":"10.54265/iqcy1958","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A alimentação adequada nos dois primeiros anos de vida constitui elemento central para a promoção da saúde da criança. Práticas alimentares inadequadas têm grande potencial de acarretar em prejuízos na saúde infantil, que repercutem em etapas subsequentes da vida até a fase adulta. Objetivo: O presente estudo objetivou identificar as percepções e motivações das mães e cuidadores sobre os alimentos oferecidos na alimentação de crianças menores de dois anos. Métodos: O estudo foi realizado com mães e cuidadores de crianças com a faixa etária entre zero a 24 meses de idade, de microáreas socioeconômicas distintas (microárea 1 com melhores condições socioeconômicas e microárea 2 com piores condições socioeconômicas), usuárias do serviço de pediatria do Centro Municipal de Saúde (CMS) da Área Programática 2.2 no município do Rio de Janeiro (n=31) e aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ pelo parecer 285.451. A coleta de dados foi realizada em duas etapas. Na primeira etapa, foi realizada aplicação de um questionário nos domicílios e no serviço, contendo perguntas fechadas e abertas sobre saúde e rotina alimentar da criança e na segunda etapa, foi realizado um grupo focal e uma entrevista semiestruturada. Resultados: Das 31 crianças, 16 eram da microárea 1 e 15 da microárea 2. Com relação às características socioeconômicas das mães participantes do estudo, foi verificado, na microárea 2, menor nível de escolaridade, maior número de filhos e maior frequência de mães que não trabalhavam fora do lar. A partir da aplicação do questionário contendo o Recordatório de 24h na etapa 1, observou-se que 67,7% das crianças participantes do estudo consumiam alimentos ultraprocessados (AUP), que possuem grande concentração de açúcar e elevada densidade calórica. Notou-se consumo mais frequente e de maior variedade destes alimentos na microárea 2 (93,3%) comparada microárea 1 (43,7%). O baixo nível socioeconômico e a baixa escolaridade materna mostraram-se mais relacionados com a maior dificuldade de acesso a alimentos frescos com consequente redução na variedade alimentar e uma maior presença de AUP na alimentação infantil. No grupo focal observou-se relatos das mães de exposição aos AUP desde a infância, influenciando na oferta de alimentos semelhantes aos seus filhos e consequentemente, fazendo parte do hábito alimentar delas até hoje. Foi observado que a percepção das mães sobre a alimentação das crianças sofre influência de fatores como a mídia, orientação profissional e praticidade. Ademais, a perda e desvalorização das habilidades culinárias se configuram como fator de risco para um ambiente alimentar promotor da obesidade. Conclusão: Os achados sugerem que as crianças têm sido expostas aos AUP cada vez mais cedo. Com o intuito de prevenir que as crianças cresçam e se desenvolvam em um ambiente alimentar que favoreça o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis de forma precoce, os profissionais de saúde deverão ser estimulados a elaborar ações de alimentação e nutrição eficazes para fortalecer a promoção da alimentação adequada e saudável, incluindo restrição ao consumo de AUP na atenção básica de saúde desde a infância. Eixo temático: Nutrição intrauterina, aleitamento materno e alimentação complementar PALAVRAS-CHAVE: Alimentação infantil, Alimentos ultraprocessados, Ambiente alimentar, Obesidade, Doença crônica não transmissível.","PeriodicalId":255212,"journal":{"name":"Anais Eletrônicos do I Congresso Brasileiro Online de Nutrição da Criança e do Adolescente - I CONUCA","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-09-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"EXPOSIÇÃO A ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E O AMBIENTE ALIMENTAR PROMOTOR DA OBESIDADE ENTRE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS ATENDIDAS PELA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE\",\"authors\":\"Isabela Barroso Paixão, Mikaela Raphael Guerreiro Santos, Claudia Valéria Cardim Silva, J. Damião\",\"doi\":\"10.54265/iqcy1958\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: A alimentação adequada nos dois primeiros anos de vida constitui elemento central para a promoção da saúde da criança. Práticas alimentares inadequadas têm grande potencial de acarretar em prejuízos na saúde infantil, que repercutem em etapas subsequentes da vida até a fase adulta. Objetivo: O presente estudo objetivou identificar as percepções e motivações das mães e cuidadores sobre os alimentos oferecidos na alimentação de crianças menores de dois anos. Métodos: O estudo foi realizado com mães e cuidadores de crianças com a faixa etária entre zero a 24 meses de idade, de microáreas socioeconômicas distintas (microárea 1 com melhores condições socioeconômicas e microárea 2 com piores condições socioeconômicas), usuárias do serviço de pediatria do Centro Municipal de Saúde (CMS) da Área Programática 2.2 no município do Rio de Janeiro (n=31) e aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ pelo parecer 285.451. A coleta de dados foi realizada em duas etapas. Na primeira etapa, foi realizada aplicação de um questionário nos domicílios e no serviço, contendo perguntas fechadas e abertas sobre saúde e rotina alimentar da criança e na segunda etapa, foi realizado um grupo focal e uma entrevista semiestruturada. Resultados: Das 31 crianças, 16 eram da microárea 1 e 15 da microárea 2. Com relação às características socioeconômicas das mães participantes do estudo, foi verificado, na microárea 2, menor nível de escolaridade, maior número de filhos e maior frequência de mães que não trabalhavam fora do lar. A partir da aplicação do questionário contendo o Recordatório de 24h na etapa 1, observou-se que 67,7% das crianças participantes do estudo consumiam alimentos ultraprocessados (AUP), que possuem grande concentração de açúcar e elevada densidade calórica. Notou-se consumo mais frequente e de maior variedade destes alimentos na microárea 2 (93,3%) comparada microárea 1 (43,7%). O baixo nível socioeconômico e a baixa escolaridade materna mostraram-se mais relacionados com a maior dificuldade de acesso a alimentos frescos com consequente redução na variedade alimentar e uma maior presença de AUP na alimentação infantil. No grupo focal observou-se relatos das mães de exposição aos AUP desde a infância, influenciando na oferta de alimentos semelhantes aos seus filhos e consequentemente, fazendo parte do hábito alimentar delas até hoje. Foi observado que a percepção das mães sobre a alimentação das crianças sofre influência de fatores como a mídia, orientação profissional e praticidade. Ademais, a perda e desvalorização das habilidades culinárias se configuram como fator de risco para um ambiente alimentar promotor da obesidade. Conclusão: Os achados sugerem que as crianças têm sido expostas aos AUP cada vez mais cedo. Com o intuito de prevenir que as crianças cresçam e se desenvolvam em um ambiente alimentar que favoreça o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis de forma precoce, os profissionais de saúde deverão ser estimulados a elaborar ações de alimentação e nutrição eficazes para fortalecer a promoção da alimentação adequada e saudável, incluindo restrição ao consumo de AUP na atenção básica de saúde desde a infância. Eixo temático: Nutrição intrauterina, aleitamento materno e alimentação complementar PALAVRAS-CHAVE: Alimentação infantil, Alimentos ultraprocessados, Ambiente alimentar, Obesidade, Doença crônica não transmissível.\",\"PeriodicalId\":255212,\"journal\":{\"name\":\"Anais Eletrônicos do I Congresso Brasileiro Online de Nutrição da Criança e do Adolescente - I CONUCA\",\"volume\":\"31 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2020-09-28\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Anais Eletrônicos do I Congresso Brasileiro Online de Nutrição da Criança e do Adolescente - I CONUCA\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.54265/iqcy1958\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais Eletrônicos do I Congresso Brasileiro Online de Nutrição da Criança e do Adolescente - I CONUCA","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.54265/iqcy1958","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0

摘要

导言:在生命的头两年适当的营养是促进儿童健康的关键因素。不适当的饮食习惯有很大的可能对儿童健康造成损害,影响到随后的生命阶段,直至成年。摘要目的:本研究旨在探讨母亲及照顾者对两岁以下儿童食物供应的认知及动机。方法:研究实现了对母亲和孩子的照顾者的年龄范围在0 - 24个月大的时候,不同的社会经济microáreas (microárea 1和社会经济条件较差的社会经济条件和microárea 2),在城市中心的儿科医疗服务(CMS)的政策领域2 . 2在里约热内卢(31例)和大学医院伦理委员会批准的彼得·埃内斯托UERJ 285451的意见。数据收集分两个阶段进行。在第一阶段,在家庭和服务中进行问卷调查,包括关于儿童健康和饮食习惯的封闭式和开放式问题,在第二阶段,进行了焦点小组和半结构化访谈。结果:31例患儿中16例来自微区1,15例来自微区2。关于参与研究的母亲的社会经济特征,在微观区域2中发现,教育水平较低,孩子数量较多,母亲不外出工作的频率较高。从第一阶段包含24小时回忆的问卷调查中,我们观察到67.7%的参与研究的儿童食用超加工食品(AUP),这种食品含糖量高,热量密度高。与微区1(43.7%)相比,微区2(93.3%)更频繁地食用这些食物,种类也更多。社会经济地位低和母亲受教育程度低与获得新鲜食品的难度增加有关,因此食物种类减少,婴儿食品中AUP的存在增加。在焦点小组中,我们观察到母亲从童年时期就接触到AUP的报告,影响了向她们的孩子提供类似的食物,从而成为她们饮食习惯的一部分,直到今天。研究发现,母亲对儿童喂养的看法受到媒体、专业指导和实用性等因素的影响。此外,烹饪技能的丧失和贬值被配置为促进肥胖的食物环境的风险因素。结论:研究结果表明,儿童接触AUP的时间越来越早。为了防止孩子们成长和发展在食品环境促进非传染性慢性疾病在早期的发展,医务人员应该鼓励制定有效的食品和营养强化的行为促进适当的饮食和健康的消费,包括限制只关注基本的健康自童年。关键词:婴儿食品、超加工食品、食品环境、肥胖、慢性非传染性疾病、宫内营养、母乳喂养与补充喂养。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
EXPOSIÇÃO A ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E O AMBIENTE ALIMENTAR PROMOTOR DA OBESIDADE ENTRE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS ATENDIDAS PELA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE
Introdução: A alimentação adequada nos dois primeiros anos de vida constitui elemento central para a promoção da saúde da criança. Práticas alimentares inadequadas têm grande potencial de acarretar em prejuízos na saúde infantil, que repercutem em etapas subsequentes da vida até a fase adulta. Objetivo: O presente estudo objetivou identificar as percepções e motivações das mães e cuidadores sobre os alimentos oferecidos na alimentação de crianças menores de dois anos. Métodos: O estudo foi realizado com mães e cuidadores de crianças com a faixa etária entre zero a 24 meses de idade, de microáreas socioeconômicas distintas (microárea 1 com melhores condições socioeconômicas e microárea 2 com piores condições socioeconômicas), usuárias do serviço de pediatria do Centro Municipal de Saúde (CMS) da Área Programática 2.2 no município do Rio de Janeiro (n=31) e aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ pelo parecer 285.451. A coleta de dados foi realizada em duas etapas. Na primeira etapa, foi realizada aplicação de um questionário nos domicílios e no serviço, contendo perguntas fechadas e abertas sobre saúde e rotina alimentar da criança e na segunda etapa, foi realizado um grupo focal e uma entrevista semiestruturada. Resultados: Das 31 crianças, 16 eram da microárea 1 e 15 da microárea 2. Com relação às características socioeconômicas das mães participantes do estudo, foi verificado, na microárea 2, menor nível de escolaridade, maior número de filhos e maior frequência de mães que não trabalhavam fora do lar. A partir da aplicação do questionário contendo o Recordatório de 24h na etapa 1, observou-se que 67,7% das crianças participantes do estudo consumiam alimentos ultraprocessados (AUP), que possuem grande concentração de açúcar e elevada densidade calórica. Notou-se consumo mais frequente e de maior variedade destes alimentos na microárea 2 (93,3%) comparada microárea 1 (43,7%). O baixo nível socioeconômico e a baixa escolaridade materna mostraram-se mais relacionados com a maior dificuldade de acesso a alimentos frescos com consequente redução na variedade alimentar e uma maior presença de AUP na alimentação infantil. No grupo focal observou-se relatos das mães de exposição aos AUP desde a infância, influenciando na oferta de alimentos semelhantes aos seus filhos e consequentemente, fazendo parte do hábito alimentar delas até hoje. Foi observado que a percepção das mães sobre a alimentação das crianças sofre influência de fatores como a mídia, orientação profissional e praticidade. Ademais, a perda e desvalorização das habilidades culinárias se configuram como fator de risco para um ambiente alimentar promotor da obesidade. Conclusão: Os achados sugerem que as crianças têm sido expostas aos AUP cada vez mais cedo. Com o intuito de prevenir que as crianças cresçam e se desenvolvam em um ambiente alimentar que favoreça o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis de forma precoce, os profissionais de saúde deverão ser estimulados a elaborar ações de alimentação e nutrição eficazes para fortalecer a promoção da alimentação adequada e saudável, incluindo restrição ao consumo de AUP na atenção básica de saúde desde a infância. Eixo temático: Nutrição intrauterina, aleitamento materno e alimentação complementar PALAVRAS-CHAVE: Alimentação infantil, Alimentos ultraprocessados, Ambiente alimentar, Obesidade, Doença crônica não transmissível.
求助全文
通过发布文献求助,成功后即可免费获取论文全文。 去求助
来源期刊
自引率
0.00%
发文量
0
×
引用
GB/T 7714-2015
复制
MLA
复制
APA
复制
导出至
BibTeX EndNote RefMan NoteFirst NoteExpress
×
提示
您的信息不完整,为了账户安全,请先补充。
现在去补充
×
提示
您因"违规操作"
具体请查看互助需知
我知道了
×
提示
确定
请完成安全验证×
copy
已复制链接
快去分享给好友吧!
我知道了
右上角分享
点击右上角分享
0
联系我们:info@booksci.cn Book学术提供免费学术资源搜索服务,方便国内外学者检索中英文文献。致力于提供最便捷和优质的服务体验。 Copyright © 2023 布克学术 All rights reserved.
京ICP备2023020795号-1
ghs 京公网安备 11010802042870号
Book学术文献互助
Book学术文献互助群
群 号:481959085
Book学术官方微信