{"title":"Tabagismo","authors":"Maria Vera C Oliveira Castellano","doi":"10.46833/reumatologiasp.2021.20.4.49-53","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Tabagismo é definido como uma doença crônica que tem como principal característica a dependência química da nicotina. No CID 10 é designada como F17. É causa prevenível de altos índices de mortalidade e morbidade, e causa de mais de 50 doenças.\nO tabagismo ativo também é denominado de tabagismo primário. Já o tabagismo secundário, ou tabagismo passivo também é conhecido como poluição tabágica ambiental. O tabagismo terciário2 vem sendo muito estudado nos últimos anos e avalia as consequências de os componentes da fumaça impregnarem as superfícies (mobiliários, interior de automóveis, cortinas, pisos, etc.).\nExistem diversas formas de apresentação do tabaco para consumo além da mais frequentemente usada: cigarros industrializados, como os palheiros, charutos, cachimbo, rapé, narguilé e, mais recentemente, os dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) ou cigarro eletrônico.\nEstima-se que no mundo existam 1,3 bilhão de fumantes. O tabagismo é causa de aproximadamente 8 milhões de mortes no mundo, muitas delas resultantes do tabagismo passivo. No Brasil, segundo dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), em 2019 a frequência de adultos fumantes foi de 9,8%, sendo 12,3% no sexo masculino e 7,7% no feminino4.\nA ação da nicotina se dá quando ela se liga aos receptores nicotínicos situados no sistema nervoso central (Nucleus accumbens). Logo após, ocorre a liberação de dopamina e de outras serotoninas que caracterizam o “reforço positivo” (sensação gratificante, de prazer). Em torno de 30-45 minutos o nível sérico de nicotina diminui e têm início os sintomas da síndrome de abstinência (“reforço negativo”) que são aplacados quando o indivíduo fuma outro cigarro. O tratamento deve incluir sempre a abordagem comportamental e a farmacoterapia (nicotina – adesivos, goma de mascar e pastilhas; bupropiona e vareniclina).\nObservando-se o espectro de doenças relacionadas ao tabagismo, fica evidente a importância de todos os profissionais da área da saúde estarem capacitados para acolherem e tratarem os tabagistas.\n\nUnitermos\nDependência de nicotina. Abandono do tabagismo. Transtornos relacionados ao uso de substâncias. Dependência física. Dependência psíquica.","PeriodicalId":328776,"journal":{"name":"Revista Paulista de Reumatologia","volume":"34 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Paulista de Reumatologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.46833/reumatologiasp.2021.20.4.49-53","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Tabagismo é definido como uma doença crônica que tem como principal característica a dependência química da nicotina. No CID 10 é designada como F17. É causa prevenível de altos índices de mortalidade e morbidade, e causa de mais de 50 doenças.
O tabagismo ativo também é denominado de tabagismo primário. Já o tabagismo secundário, ou tabagismo passivo também é conhecido como poluição tabágica ambiental. O tabagismo terciário2 vem sendo muito estudado nos últimos anos e avalia as consequências de os componentes da fumaça impregnarem as superfícies (mobiliários, interior de automóveis, cortinas, pisos, etc.).
Existem diversas formas de apresentação do tabaco para consumo além da mais frequentemente usada: cigarros industrializados, como os palheiros, charutos, cachimbo, rapé, narguilé e, mais recentemente, os dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) ou cigarro eletrônico.
Estima-se que no mundo existam 1,3 bilhão de fumantes. O tabagismo é causa de aproximadamente 8 milhões de mortes no mundo, muitas delas resultantes do tabagismo passivo. No Brasil, segundo dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), em 2019 a frequência de adultos fumantes foi de 9,8%, sendo 12,3% no sexo masculino e 7,7% no feminino4.
A ação da nicotina se dá quando ela se liga aos receptores nicotínicos situados no sistema nervoso central (Nucleus accumbens). Logo após, ocorre a liberação de dopamina e de outras serotoninas que caracterizam o “reforço positivo” (sensação gratificante, de prazer). Em torno de 30-45 minutos o nível sérico de nicotina diminui e têm início os sintomas da síndrome de abstinência (“reforço negativo”) que são aplacados quando o indivíduo fuma outro cigarro. O tratamento deve incluir sempre a abordagem comportamental e a farmacoterapia (nicotina – adesivos, goma de mascar e pastilhas; bupropiona e vareniclina).
Observando-se o espectro de doenças relacionadas ao tabagismo, fica evidente a importância de todos os profissionais da área da saúde estarem capacitados para acolherem e tratarem os tabagistas.
Unitermos
Dependência de nicotina. Abandono do tabagismo. Transtornos relacionados ao uso de substâncias. Dependência física. Dependência psíquica.