PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE GESTANTES COM HIV NO ESTADO DO TOCANTINS NOS ANOS DE 2019 A 2021

Introdução: Acreditava-se que a contaminação pelo vírus HIV ocorria, apenas, em homossexuais, prostitutas, dependentes químicos, que eram chamados de grupo de risco. Porém, o esse cenário vem mudando, visto que a contaminação atingiu outros grupos como as mulheres de idade fértil, entre 20 a 34 anos, fator que se tornou preocupante, pois nessa faixa etária tem-se maior chances de gravidez, levando assim a possibilidade de um aumento de transmissão vertical. Objetivo: Avaliar a prevalência de gestantes com HIV no Estado do Tocantins, bem como compreender o perfil sociodemográfico e clínico desse grupo. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, no qual se utilizam dados do Sistema de Monitoramento Clínico das Pessoas vivendo com HIV (SIMC)/DATASUS derivados das notificações compulsórias dos casos de gestante HIV+ identificadas no Estado do Tocantins, no período de 1 de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2021. Todos os dados foram coletados no Painel gestante com carga viral do HIV (CV-HIV) detectável. Resultados: Nesse período foram notificados 189 casos, sendo 27 casos em 2019, em 2020 houve aumento para 105 casos e redução em 2021 para 57 casos. Com relação a raça/cor autodeclarada houve predominância da Parda com 68,3% dos casos. No que se refere às faixas etárias, observou-se que a maioria dos casos de infecção pelo HIV encontra-se na faixa de 20 a 29 anos, com percentual de 63,4% dos casos. Em relação a escolaridade o maior percentual está entre 8 a 11 anos de estudo (49,2%). Quanto ao perfil clínico, 74,6% das gestantes tinham faixa de carga viral >1000 e segundo Ministério da Saúde uma carga viral alta aumenta o risco de transmissão vertical. Conclusão: o HIV na gestação é uma realidade brasileira que impõe às equipes de saúde inúmeros desafios dentre eles: ampliação ações na prevenção da transmissão vertical do vírus através da detecção precoce e adesão ao tratamento adequado.