G. O. Nascimento, Kevin Gustavo dos Santos Silva, Lucas Aparecido Longhi de Andrade, Jésus Faria Rosa Júnior
{"title":"O PAPEL DA BIÓPSIA NO CONTEXTO DA EPILEPSIA","authors":"G. O. Nascimento, Kevin Gustavo dos Santos Silva, Lucas Aparecido Longhi de Andrade, Jésus Faria Rosa Júnior","doi":"10.51161/conbesp/25","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A epilepsia, doença que afeta aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo, é caracterizada pela ocorrência imprevisível de convulsões, geradas por disparos de neurônios. As crises ocorrem pela perda de neurônios gabaérgicos ou hiperexcitação dos glutamatérgicos, o que gera hiperexcitabilidade do sistema nervoso central, determinando manifestações clínicas espectrais. A doença é manifestação de diversas outras, como encefalite e malformação arteriovenosa. Na histopatologia, costuma-se encontrar: displasia cortical, com lesões microscópicas diversas; esclerose hipocampal, com perda segmentar de neurônios e gliose; e encefalite de Rasmussen, com inflamação crônica. Apesar de ser utilizada em poucos casos, é preciso esclarecer o papel da biópsia na epilepsia. Objetivo: Analisar o papel da biópsia na epilepsia por meio de uma revisão sistemática da literatura disponível. Material e métodos: No site Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) foram definidos os descritores \"Epilepsy\" e “Biopsy”. No PubMed e Scielo foi realizada uma pesquisa com tais descritores associados. Foram selecionados apenas ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e metaanálises. Não foi estabelecido critérios quanto ao ano de publicação. Os resultados foram analisados qualitativamente quanto às possíveis aplicações da biópsia no contexto da epilepsia. Resultados: Foram encontrados 11 artigos, dos quais 7 artigos foram elegíveis, sendo 3 ensaios clínicos, 3 revisões e 1 meta-análise. Dos excluídos, um era levantamento, outro estudo transversal, outro não randomizado e outro não detalhou metodologia. Apesar de correlacionarem biópsia e craniotomia e citarem biópsia para neoplasias do sistema nervoso central, nenhuma associou o procedimento à epilepsia. Um ensaio clínico citou biópsia como forma de diagnóstico de neurocisticercose, também sem associar à epilepsia. Outro ensaio avaliou o diagnóstico para lesões cerebrais por biópsia estereotáxica guiada por espectroscopia por Ressonância Nuclear Magnética, apesar de não associar esses meios de diagnóstico à epilepsia. A meta-análise indicou que três dos pacientes avaliados que possuíam glioma angiocêntrico foram submetidos à biópsia e não apresentaram recorrência de convulsões. Conclusão: Há poucos estudos sobre a aplicação da biópsia na epilepsia. Porém, a literatura disponível já demonstra a importância da biópsia para doenças que cursam com epilepsia, tais como lesões cerebrais e glioma angiocêntrico.","PeriodicalId":246732,"journal":{"name":"Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Patológicos On-line","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-02-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Patológicos On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/conbesp/25","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Introdução: A epilepsia, doença que afeta aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo, é caracterizada pela ocorrência imprevisível de convulsões, geradas por disparos de neurônios. As crises ocorrem pela perda de neurônios gabaérgicos ou hiperexcitação dos glutamatérgicos, o que gera hiperexcitabilidade do sistema nervoso central, determinando manifestações clínicas espectrais. A doença é manifestação de diversas outras, como encefalite e malformação arteriovenosa. Na histopatologia, costuma-se encontrar: displasia cortical, com lesões microscópicas diversas; esclerose hipocampal, com perda segmentar de neurônios e gliose; e encefalite de Rasmussen, com inflamação crônica. Apesar de ser utilizada em poucos casos, é preciso esclarecer o papel da biópsia na epilepsia. Objetivo: Analisar o papel da biópsia na epilepsia por meio de uma revisão sistemática da literatura disponível. Material e métodos: No site Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) foram definidos os descritores "Epilepsy" e “Biopsy”. No PubMed e Scielo foi realizada uma pesquisa com tais descritores associados. Foram selecionados apenas ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e metaanálises. Não foi estabelecido critérios quanto ao ano de publicação. Os resultados foram analisados qualitativamente quanto às possíveis aplicações da biópsia no contexto da epilepsia. Resultados: Foram encontrados 11 artigos, dos quais 7 artigos foram elegíveis, sendo 3 ensaios clínicos, 3 revisões e 1 meta-análise. Dos excluídos, um era levantamento, outro estudo transversal, outro não randomizado e outro não detalhou metodologia. Apesar de correlacionarem biópsia e craniotomia e citarem biópsia para neoplasias do sistema nervoso central, nenhuma associou o procedimento à epilepsia. Um ensaio clínico citou biópsia como forma de diagnóstico de neurocisticercose, também sem associar à epilepsia. Outro ensaio avaliou o diagnóstico para lesões cerebrais por biópsia estereotáxica guiada por espectroscopia por Ressonância Nuclear Magnética, apesar de não associar esses meios de diagnóstico à epilepsia. A meta-análise indicou que três dos pacientes avaliados que possuíam glioma angiocêntrico foram submetidos à biópsia e não apresentaram recorrência de convulsões. Conclusão: Há poucos estudos sobre a aplicação da biópsia na epilepsia. Porém, a literatura disponível já demonstra a importância da biópsia para doenças que cursam com epilepsia, tais como lesões cerebrais e glioma angiocêntrico.