Daniel Dantas Lemos, Giovanna Duarte da Silva Mantuano
{"title":"Estigma e paradoxo:","authors":"Daniel Dantas Lemos, Giovanna Duarte da Silva Mantuano","doi":"10.21680/1982-1662.2022v5n34id28066","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente trabalho visa a explicitar o problema da exclusão dentro de uma Escola Libertária Freinet, a Camafeu. O problema da exclusão é visto sob a ótica de dois sistemas conceituais, o de Gilberto Velho: “Desvio e Divergência” (1979) e o de Erving Goffman: “Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada” (2004). O trabalho se relaciona a dois conceitos desses autores: o desvio e o estigma, respectivamente. Dentro desses dois agentes conceituais discursivos, trabalhamos o desvio como algo que foge à regra vigente, seja pela via do sujeito, seja pela via institucional. Já o estigma é aplicado aos sujeitos como algo ou aquilo que não corresponde às expectativas vigentes da norma social – as pessoas portadoras de alguma deficiencia (física, mental ou intelectual), por exemplo. São dentro desses dois planos (desvio e estigma) que observamos, pois, a exclusão dos estudantes. Através das práticas de sociabilidade observadas na Escola, desenvolvemos uma observação na qual foi possível utilizar-se de questionários e vivências in loco, com base no exercício etnográfico, em um período de 10 meses. Foram investigadas as moralidades que permeiam o espaço escolar e levantada a questão: “é possível haver exclusão social dentro de um espaço libertário?”. A principal hipótese é que por mais que a instituição seja libertária e tipicamente desviante, ela não resolve o problema da exclusão, pois as grandes transformações viriam, na verdade, das relações estabelecidas no interior das salas entre os próprios alunos e não pela pretensa metodologia inclusiva.","PeriodicalId":283689,"journal":{"name":"Revista Inter-Legere","volume":"77 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Inter-Legere","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21680/1982-1662.2022v5n34id28066","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O presente trabalho visa a explicitar o problema da exclusão dentro de uma Escola Libertária Freinet, a Camafeu. O problema da exclusão é visto sob a ótica de dois sistemas conceituais, o de Gilberto Velho: “Desvio e Divergência” (1979) e o de Erving Goffman: “Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada” (2004). O trabalho se relaciona a dois conceitos desses autores: o desvio e o estigma, respectivamente. Dentro desses dois agentes conceituais discursivos, trabalhamos o desvio como algo que foge à regra vigente, seja pela via do sujeito, seja pela via institucional. Já o estigma é aplicado aos sujeitos como algo ou aquilo que não corresponde às expectativas vigentes da norma social – as pessoas portadoras de alguma deficiencia (física, mental ou intelectual), por exemplo. São dentro desses dois planos (desvio e estigma) que observamos, pois, a exclusão dos estudantes. Através das práticas de sociabilidade observadas na Escola, desenvolvemos uma observação na qual foi possível utilizar-se de questionários e vivências in loco, com base no exercício etnográfico, em um período de 10 meses. Foram investigadas as moralidades que permeiam o espaço escolar e levantada a questão: “é possível haver exclusão social dentro de um espaço libertário?”. A principal hipótese é que por mais que a instituição seja libertária e tipicamente desviante, ela não resolve o problema da exclusão, pois as grandes transformações viriam, na verdade, das relações estabelecidas no interior das salas entre os próprios alunos e não pela pretensa metodologia inclusiva.