Thiago José Monteiro Borges da Silva Valente, Waldemar de Brito Cavalcanti Neto, Luciana Ramos Teixeira
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Material e Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura nos bancos de dados Pubmed (Medline) sem restrição de idioma com os seguintes descritores: “anemia”, “doença renal crônica”, “eritropoetina recombinante”. Encontrou-se 18 artigos que foram selecionados para estudos observacionais. Resultados: De acordo com estudos multicêntricos brasileiros, elaborados em ambulatórios, a prevalência de anemia, considerada como concentração de hemoglobina menor que 11g/dL, foi de 39%, no estágio avançado de doença renal crônica. A avaliação da causa da anemia deve preceder o início da terapêutica com eritropoetina para reversão da anemia normocítica e normocrômica. O efeito biológico da eritropoetina em células hematopoiéticas é mediado pela ligação da mesma aos seus receptores específicos na superfície das células progenitoras eritropoiéticas, inibindo a apoptose, levando a proliferação e diferenciação dessas células. Todavia, foi observado que alguns pacientes não respondem a eritropoetina e os estudos apontam a liberação de citocinas inflamatórias, em decorrência a doença renal crônica, como a principal causa da resistência a eritropoetina. Na doença renal crônica a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α) tem sido identificadas no plasma desses pacientes. As citocinas atuam nas células progenitoras de maneira oposta à eritropoetina, estimulando a apoptose, inibindo a proliferação de células progenitoras reduzindo a expressão de receptores de eritropoetina. O efeito dessas citocinas explica a resistência ao tratamento da anemia com eritropoetina nesses pacientes necessitando altas dosagem de eritropoetina, levando alterações cardiovasculares. Conclusão: No contexto atual, ainda não há um estudo que relacione a dosagem de citocinas e a terapêutica para pacientes renais crônicos resistentes ao tratamento da anemia com eritropoetina recombinante humana.","PeriodicalId":212401,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","volume":"47 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO TRATAMENTO DA ANEMIA COM ERITROPOETINA RECOMBINANTE HUMANA EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA\",\"authors\":\"Thiago José Monteiro Borges da Silva Valente, Waldemar de Brito Cavalcanti Neto, Luciana Ramos Teixeira\",\"doi\":\"10.51161/hematoclil/164\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: A anemia é uma complicação prevalente e grave da doença renal crônica, pela deficiência da eritropoetina produzida pelos rins, ocasionando aumento da mortalidade associada a progressão da falência renal. 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AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO TRATAMENTO DA ANEMIA COM ERITROPOETINA RECOMBINANTE HUMANA EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA
Introdução: A anemia é uma complicação prevalente e grave da doença renal crônica, pela deficiência da eritropoetina produzida pelos rins, ocasionando aumento da mortalidade associada a progressão da falência renal. O tratamento da anemia é a terapia com eritropoetina recombinante, elevando o nível de hemoglobina para 11,5 g/dL. No entanto, alguns pacientes, mesmo com essa terapia, não respondem ao tratamento e permanecem anêmicos. Objetivo: Avaliar a resistência ao uso da eritropoetina recombinante humana no tratamento da anemia para manutenção de níveis de hemoglobina em pacientes renais crônicos. Material e Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura nos bancos de dados Pubmed (Medline) sem restrição de idioma com os seguintes descritores: “anemia”, “doença renal crônica”, “eritropoetina recombinante”. Encontrou-se 18 artigos que foram selecionados para estudos observacionais. Resultados: De acordo com estudos multicêntricos brasileiros, elaborados em ambulatórios, a prevalência de anemia, considerada como concentração de hemoglobina menor que 11g/dL, foi de 39%, no estágio avançado de doença renal crônica. A avaliação da causa da anemia deve preceder o início da terapêutica com eritropoetina para reversão da anemia normocítica e normocrômica. O efeito biológico da eritropoetina em células hematopoiéticas é mediado pela ligação da mesma aos seus receptores específicos na superfície das células progenitoras eritropoiéticas, inibindo a apoptose, levando a proliferação e diferenciação dessas células. Todavia, foi observado que alguns pacientes não respondem a eritropoetina e os estudos apontam a liberação de citocinas inflamatórias, em decorrência a doença renal crônica, como a principal causa da resistência a eritropoetina. Na doença renal crônica a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α) tem sido identificadas no plasma desses pacientes. As citocinas atuam nas células progenitoras de maneira oposta à eritropoetina, estimulando a apoptose, inibindo a proliferação de células progenitoras reduzindo a expressão de receptores de eritropoetina. O efeito dessas citocinas explica a resistência ao tratamento da anemia com eritropoetina nesses pacientes necessitando altas dosagem de eritropoetina, levando alterações cardiovasculares. Conclusão: No contexto atual, ainda não há um estudo que relacione a dosagem de citocinas e a terapêutica para pacientes renais crônicos resistentes ao tratamento da anemia com eritropoetina recombinante humana.