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Metodologia: Conduziu-se uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados MEDLINE e EMBASE, utilizando-se os descritores “gonorrhea” e “drug resistance\\\" combinados pelo operador booleano AND, para a seleção de artigos publicados de 2021 até janeiro de 2022. Aplicados os critérios de inclusão e exclusão, onze artigos foram selecionados e analisados para a produção deste trabalho. Resultados: O desenvolvimento de RAM por N. gonorrhoeae tem se mostrado crescente em todo mundo, sendo identificadas cepas resistentes ao tratamento de escolha atualmente recomendado pela Organização Mundial da Saúde para o controle da infecção: a combinação de ceftriaxona e azitromicina. Também já foi verificada resistência a ciprofloxacino, cefixima e tetraciclina, fármacos utilizados como opção no tratamento da gonorreia. Diante disso, teme-se por uma possível falta de antimicrobianos capazes de combater a bactéria, o que facilitaria sua disseminação, diminuindo o controle da infecção e tornando maiores as chances de complicações relacionadas ao quadro, como doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e infertilidade, bem como aumentando os índices de morbidade e mortalidade da doença. Conclusão: A infecção por Neisseria gonorrhoeae apresenta-se como um desafio no âmbito da saúde mundial em decorrência do desenvolvimento da RAM aos fármacos atualmente indicados para tratamento da infecção e da possibilidade de disseminação das cepas resistentes, com consequente aumento de complicações e mortalidade. 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NEISSERIA GONORRHOEAE RESISTENTE A ANTIBIÓTICOS: UM DESAFIO MUNDIAL NO COMBATE ÀS IST
Introdução: A Neisseria gonorrhoeae é uma bactéria Gram-negativa que infecta cerca de 87 milhões de pessoas anualmente, sendo a gonorreia umas das infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns no mundo. Nas últimas décadas, foram evidenciadas cepas bacterianas com elevados níveis de resistência antimicrobiana (RAM), inclusive a cefalosporinas de amplo espectro e macrolídeos, fármacos de primeira linha para o tratamento da gonorreia. Essa é uma situação preocupante, uma vez que, se não tratada, a infecção pode ser responsável por elevadas taxas de morbidade entre os infectados. Objetivo: Discutir as implicações decorrentes da existência de cepas de N. gonorrhoeae resistentes a antibióticos. Metodologia: Conduziu-se uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados MEDLINE e EMBASE, utilizando-se os descritores “gonorrhea” e “drug resistance\" combinados pelo operador booleano AND, para a seleção de artigos publicados de 2021 até janeiro de 2022. Aplicados os critérios de inclusão e exclusão, onze artigos foram selecionados e analisados para a produção deste trabalho. Resultados: O desenvolvimento de RAM por N. gonorrhoeae tem se mostrado crescente em todo mundo, sendo identificadas cepas resistentes ao tratamento de escolha atualmente recomendado pela Organização Mundial da Saúde para o controle da infecção: a combinação de ceftriaxona e azitromicina. Também já foi verificada resistência a ciprofloxacino, cefixima e tetraciclina, fármacos utilizados como opção no tratamento da gonorreia. Diante disso, teme-se por uma possível falta de antimicrobianos capazes de combater a bactéria, o que facilitaria sua disseminação, diminuindo o controle da infecção e tornando maiores as chances de complicações relacionadas ao quadro, como doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e infertilidade, bem como aumentando os índices de morbidade e mortalidade da doença. Conclusão: A infecção por Neisseria gonorrhoeae apresenta-se como um desafio no âmbito da saúde mundial em decorrência do desenvolvimento da RAM aos fármacos atualmente indicados para tratamento da infecção e da possibilidade de disseminação das cepas resistentes, com consequente aumento de complicações e mortalidade. Em vista disso, tornam cada vez mais importantes a necessidade de novos tratamentos eficazes no combate a este micro-organismo e de um programa de vigilância epidemiológica eficaz em todos os países do mundo.