piaui和ceara之间的联系:19世纪下半叶piaui和ceara之间的现代性、冲突和诉讼

M. Baptista, Francisco de Assis de Sousa Nascimento, E. Baptista
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No mesmo jornal o governo cearense solicita que o capitão do porto em Fortaleza ordenasse que os práticos nomeados para atuarem na Barra de Amarração que se retirem da localidade, cessando assim este conflito de jurisdição. Deste modo, questões litigiosas e conflitos na região em função de sua modernização, envolvendo o Piauí e Ceará tornaram-se cenas cotidianas e mesmo 19 anos depois, quando em 22 de outubro de 1880 através do Decreto nº 3.012 o governo brasileiro, após meses de debates no senado imperial (BAPTISTA, 2019), alterou a linha divisória das províncias do Piauí e Ceará, com o primeiro cedendo o vale do Crateús e em troca anexando a vila litorânea de Amarração, situações conflituosas continuaram a ocorrer. Dito isto, o objetivo deste artigo foi indicar os conflitos e situações de litígio que marcaram a vila de Amarração na segunda metade do século XIX e sua relação com a modernização deste espaço. A metodologia empregada constou de pesquisa bibliográfica, dialogando com autores que auxiliassem na compreensão do espaço estudado no recorte temporal selecionado, como Queiroz (1998), Rego (2010) e Baptista (2019), bem como autores que permitissem a compreensão dos conceitos de modernidade e modernização, como Berman (1986), e Lefebvre (1995), além de pesquisa documental hemerográfica através dos jornais cearenses “O Cearense” e “Pedro II”. Ao término da pesquisa foi possível elencar diversos episódios conflituosos em Amarração, especialmente relacionados a presença do “porto” e de embarcações que já haviam se tornado parte da paisagem cotidiana da Vila. Assim, considerada enquanto necessária por parte das elites piauienses para desenvolvimento e modernização da província através de um porto marítimo (REGO, 2010) a vila de Amarração foi palco de diversos conflitos entre o Ceará e o Piauí até o final do século XIX, a exemplo da questão da praticagem, desordens causadas pelas tripulações das embarcações que atracavam na vila, presença de migrantes cearenses em períodos de seca, chegada de doenças pelo porto, dentre outros.","PeriodicalId":190960,"journal":{"name":"Observatorio de la Economía Latinoamericana","volume":"44 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-04-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Amarração entre o Piauí e o Ceará: modernidade, conflitos e litígio entre piauienses e cearenses na segunda metade do Século XIX\",\"authors\":\"M. Baptista, Francisco de Assis de Sousa Nascimento, E. 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摘要

1861年8月27日,在ceara的自由党报纸《O Cearense》上发表了两篇关于系泊管辖权问题的新闻(现为luis Correia / PI),当时是与piaui接壤的Cearense村。这一消息指的是收到一封来自piaui省总统的信的指控,信中提到了系泊酒吧员工的管辖权冲突。当时,piaui省政府声称,根据海军的规定,任命引航员的权限属于parnaiba中的港口船长。在同一份报纸上,ceara的政府要求福塔莱萨港的船长命令被任命在系泊处工作的引航员离开当地,从而结束这一管辖权冲突。这样有争议的问题和冲突地区现代化的函数,涉及到巴西,巴西成为一些如何和自己19岁后,1880年10月22日通过部令3012º,经过几个月的辩论,巴西政府在参议院帝国浸信会(2019)的界限,改变了以北地区和巴西,一分之一受Crateús河谷和系泊的滩涂海岸村庄作为交换,冲突局势继续发生。也就是说,本文的目的是指出19世纪下半叶标志着amarracao村的冲突和诉讼情况,以及它与该空间现代化的关系。的手段从文献研究和作者对话将有助于理解空间研究剪纸中时间的选择,如塞奎罗斯(1998),(2010)和巴普蒂斯塔(2019)释放,以及作者的理解现代性和现代化的概念,如曼(1986),Lefebvre(1995),并通过报纸文献研究hemerográfica巴西“巴西”和“佩德罗二世”。在研究结束时,有可能列出几个相互冲突的事件,特别是与“港口”和船只的存在有关,这些船只已经成为村庄日常景观的一部分。这样的精英们,被视为必要的,piauienses通过一个省的发展和现代化港口塞(2010)系泊的村子被巴西和巴西之间的冲突阶段直到19世纪末,出错问题的例子引航,造成机体的船只会落在村庄移民巴西,出现在干旱时期,到达港,疾病等等。
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Amarração entre o Piauí e o Ceará: modernidade, conflitos e litígio entre piauienses e cearenses na segunda metade do Século XIX
Em 27 de agosto de 1861 foi publicado no periódico “O Cearense”, jornal do partido liberal no Ceará, duas notícias referentes a problemas de jurisdição em Amarração (Atual Luís Correia / PI), à época vila cearense que fazia divisa com o Piauí. Estas notícias remetiam ao acusamento de recebimento de um ofício do então presidente da província do Piauí acerca de um conflito sobre a jurisdição dos empregados na Barra de Amarração. Na ocasião o governo provincial piauiense reclamava que a competência para nomeação de práticos cabia a capitania dos portos em Parnaíba, conforme regulamento da Marinha. No mesmo jornal o governo cearense solicita que o capitão do porto em Fortaleza ordenasse que os práticos nomeados para atuarem na Barra de Amarração que se retirem da localidade, cessando assim este conflito de jurisdição. Deste modo, questões litigiosas e conflitos na região em função de sua modernização, envolvendo o Piauí e Ceará tornaram-se cenas cotidianas e mesmo 19 anos depois, quando em 22 de outubro de 1880 através do Decreto nº 3.012 o governo brasileiro, após meses de debates no senado imperial (BAPTISTA, 2019), alterou a linha divisória das províncias do Piauí e Ceará, com o primeiro cedendo o vale do Crateús e em troca anexando a vila litorânea de Amarração, situações conflituosas continuaram a ocorrer. Dito isto, o objetivo deste artigo foi indicar os conflitos e situações de litígio que marcaram a vila de Amarração na segunda metade do século XIX e sua relação com a modernização deste espaço. A metodologia empregada constou de pesquisa bibliográfica, dialogando com autores que auxiliassem na compreensão do espaço estudado no recorte temporal selecionado, como Queiroz (1998), Rego (2010) e Baptista (2019), bem como autores que permitissem a compreensão dos conceitos de modernidade e modernização, como Berman (1986), e Lefebvre (1995), além de pesquisa documental hemerográfica através dos jornais cearenses “O Cearense” e “Pedro II”. Ao término da pesquisa foi possível elencar diversos episódios conflituosos em Amarração, especialmente relacionados a presença do “porto” e de embarcações que já haviam se tornado parte da paisagem cotidiana da Vila. Assim, considerada enquanto necessária por parte das elites piauienses para desenvolvimento e modernização da província através de um porto marítimo (REGO, 2010) a vila de Amarração foi palco de diversos conflitos entre o Ceará e o Piauí até o final do século XIX, a exemplo da questão da praticagem, desordens causadas pelas tripulações das embarcações que atracavam na vila, presença de migrantes cearenses em períodos de seca, chegada de doenças pelo porto, dentre outros.
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