O QUE HÁ DE NOVO SOBRE A AÇÃO DE PRODUTOS NATURAIS NA INIBIÇÃO DA FORMAÇÃO DE BIOFILME POR ISOLADOS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS?

Introdução: Staphylococcus aureus é um patógeno oportunista responsável por diversos tipos de infecções, tais como: osteomielite, artrite séptica, endocardite, pneumonia, bacteremia e infecções relacionadas a implantes, impactando nas taxas de morbimortalidade. Além disso, esse microrganismo possui mecanismos de virulência que dificultam a ação dos antimicrobianos, dentre esses mecanismos destaca-se a formação de biofilme, definido como uma comunidade de microrganismos aderidos a uma superfície envoltos por uma matriz extracelular polimérica. Diante disso, estudos que avaliam o potencial anti virulência de compostos naturais tem aumentado ao longo dos anos, com destaque para aquelas substâncias com propriedades terapêuticas já conhecidas. Objetivo: Essa revisão integrativa teve como objetivo elencar os estudos publicados em 2021, que avaliaram a ação de extratos naturais na inibição da formação de biofilme por S. aureus. Material e Métodos: O levantamento bibliográfico foi feito no período de setembro a novembro de 2021, nas bases de dados Pubmed e Portal de Periódicos CAPES utilizando Descritores em Ciências e Saúde: biofilm and extracts, anti biofilm activity of natural extracts, biofilm and S. aureus and natural extracts, biofilm and Gram positive and natural extracts, anti biofilm and Gram positive and natural extracts. Foram selecionados para análise artigos disponíveis na íntegra, publicados entre janeiro e novembro de 2021. Resultados: A busca resultou em 336 artigos, dos quais 11 estavam de acordo com os critérios de inclusão, as plantas utilizadas nos estudos foram: Allium spp., Krameria lappacea, Macrozamia communis, Montrichardia linifera, Zygophyllum coccineum L, Eucalyptus sideroxylon, Illicium verum, Punica granatum L, Sapindus mukorossi, Anthriscus cerefolium e Apis mellifera L. Dentre os extratos vegetais utilizados nos estudos, Allium spp (62,5 µg/mL)., Zygophyllum coccineum L. (3,9 μg/mL) e Eucalyptus sideroxylon (50 µg/mL), foram considerados promissores, pois foram capazes de inibir mais de 66,8% da formação de biofilme por S. aureus em baixas concentrações. Conclusão: A partir dos estudos elencados, extratos naturais possuem ação contra o biofilme de S. aureus. Portanto, esta revisão servirá como um ponto de partida para elaboração de novos estudos, para que esses materiais vegetais possam ser utilizados no tratamento de infecções relacionadas à formação de biofilme.