{"title":"O Monge de Cister de Alexandre Herculano","authors":"Maria Helena da Cruz Coelho","doi":"10.14195/0870-4147_53_1","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Alexandre Herculano, um intelectual romântico, comungando dos valores e ideais do liberalismo, defendia um projeto de educação nacional em que a história, a literatura e a moral contribuíam para a formação das gerações no amor à Nação e no empenhamento pela sua regeneração. O conhecimento da história e o culto da história atravessavam todas as manifestações intelectuais românticas, como a poesia, o romance, a novela, o teatro. Logo Herculano convocou os seus conhecimentos e desmultiplicou a sua atividade entregando-se à escrita científica da história, à preservação dos documentos históricos e à divulgação e acessibilização histórica em periódicos ou em literatura ficcionada de romances e dramas históricos. \nOs romances históricos de Alexandre Herculano, O Bobo, Eurico o Presbítero e O Monge de Cister, e a maioria da sua literatura ficcionada, desde logo Lendas e Narrativas, centram-se na Idade Média, a época preferida dos românticos, e aquela a que este escritor se devotou inteiramente como historiador, romancista e diplomatista. Neste estudo iremos analisar o romance O Monge de Cister, essencialmente numa perspectiva histórica. Percorreremos a narrativa e atentaremos nas figuras políticas que nela se representam e no período histórico em que se enquadram as situações ficcionadas. Deter-nos-emos sobre a ambiência social e cultural que nos é retratada por Herculano. E procuraremos captar na prosa do romance os ideais que, pelas lições do passado, Herculano advogava e queria transmitir aos seus leitores.","PeriodicalId":410847,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de História","volume":"207 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Portuguesa de História","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14195/0870-4147_53_1","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Alexandre Herculano, um intelectual romântico, comungando dos valores e ideais do liberalismo, defendia um projeto de educação nacional em que a história, a literatura e a moral contribuíam para a formação das gerações no amor à Nação e no empenhamento pela sua regeneração. O conhecimento da história e o culto da história atravessavam todas as manifestações intelectuais românticas, como a poesia, o romance, a novela, o teatro. Logo Herculano convocou os seus conhecimentos e desmultiplicou a sua atividade entregando-se à escrita científica da história, à preservação dos documentos históricos e à divulgação e acessibilização histórica em periódicos ou em literatura ficcionada de romances e dramas históricos.
Os romances históricos de Alexandre Herculano, O Bobo, Eurico o Presbítero e O Monge de Cister, e a maioria da sua literatura ficcionada, desde logo Lendas e Narrativas, centram-se na Idade Média, a época preferida dos românticos, e aquela a que este escritor se devotou inteiramente como historiador, romancista e diplomatista. Neste estudo iremos analisar o romance O Monge de Cister, essencialmente numa perspectiva histórica. Percorreremos a narrativa e atentaremos nas figuras políticas que nela se representam e no período histórico em que se enquadram as situações ficcionadas. Deter-nos-emos sobre a ambiência social e cultural que nos é retratada por Herculano. E procuraremos captar na prosa do romance os ideais que, pelas lições do passado, Herculano advogava e queria transmitir aos seus leitores.