{"title":"cangaco的地理:思考内陆土匪的概念概念","authors":"A. Costa","doi":"10.11606/EISSN.2236-2878.RDG.2021.174830","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo parte de algumas proposições suscitadas ao longo da pesquisa de mestrado objetivando discorrer ideias a respeito do conceito de banditismo social elaborado por Eric Hobsbawm e a costumeira aplicação desse conceito em alguns trabalhos para caracterizar o movimento do cangaço, padronizando, dessa forma, lugares, paisagens e sujeitos sem levar em consideração as implicações ao homogeneizar movimento do cangaço como banditismo social, transferindo, assim, a teoria para conceituar diferentes movimentos sociais e culturais. Pensando nessa discussão, ponderam-se observações de cunho histórico-cultural para a existência de bandos de cangaceiros no sertão nordestino, pontuando as relações que permeavam a sociedade sertaneja da época, correlacionando às questões de honra, valentia e cabra-macho, agregada à conexão de vivência no ambiente da caatinga, que constituiu uma geografia do cangaço, presente no contexto cultural do sujeito sertanejo nordestino com o meio ambiente a partir dos saberes populares que garantiam aos cangaceiros a vivência e a sobrevivência como nômades. A base cultural de vivência sertaneja nordestina, constituída por meio da relação do código moral sertanejo da não desmoralização, culminou, na visão dos sujeitos sertanejos nordestinos, o reconhecimento de uma geografia do cangaço desenvolvida pela atuação dos bandos de cangaceiros que asseguram, até hoje, narrativas, quer sejam de admiração ou de aversão aos bandidos/cangaceiros, atribuindo, sobretudo, um lugar de destaque após episódios de mortes trágicas sofridas por alguns cangaceiros.","PeriodicalId":286398,"journal":{"name":"Geography Department University of Sao Paulo","volume":"39 5","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-07-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Geografia do cangaço: concepções conceituais para pensar o banditismo sertanejo\",\"authors\":\"A. Costa\",\"doi\":\"10.11606/EISSN.2236-2878.RDG.2021.174830\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo parte de algumas proposições suscitadas ao longo da pesquisa de mestrado objetivando discorrer ideias a respeito do conceito de banditismo social elaborado por Eric Hobsbawm e a costumeira aplicação desse conceito em alguns trabalhos para caracterizar o movimento do cangaço, padronizando, dessa forma, lugares, paisagens e sujeitos sem levar em consideração as implicações ao homogeneizar movimento do cangaço como banditismo social, transferindo, assim, a teoria para conceituar diferentes movimentos sociais e culturais. Pensando nessa discussão, ponderam-se observações de cunho histórico-cultural para a existência de bandos de cangaceiros no sertão nordestino, pontuando as relações que permeavam a sociedade sertaneja da época, correlacionando às questões de honra, valentia e cabra-macho, agregada à conexão de vivência no ambiente da caatinga, que constituiu uma geografia do cangaço, presente no contexto cultural do sujeito sertanejo nordestino com o meio ambiente a partir dos saberes populares que garantiam aos cangaceiros a vivência e a sobrevivência como nômades. A base cultural de vivência sertaneja nordestina, constituída por meio da relação do código moral sertanejo da não desmoralização, culminou, na visão dos sujeitos sertanejos nordestinos, o reconhecimento de uma geografia do cangaço desenvolvida pela atuação dos bandos de cangaceiros que asseguram, até hoje, narrativas, quer sejam de admiração ou de aversão aos bandidos/cangaceiros, atribuindo, sobretudo, um lugar de destaque após episódios de mortes trágicas sofridas por alguns cangaceiros.\",\"PeriodicalId\":286398,\"journal\":{\"name\":\"Geography Department University of Sao Paulo\",\"volume\":\"39 5\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-07-23\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Geography Department University of Sao Paulo\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.11606/EISSN.2236-2878.RDG.2021.174830\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Geography Department University of Sao Paulo","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/EISSN.2236-2878.RDG.2021.174830","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Geografia do cangaço: concepções conceituais para pensar o banditismo sertanejo
Este artigo parte de algumas proposições suscitadas ao longo da pesquisa de mestrado objetivando discorrer ideias a respeito do conceito de banditismo social elaborado por Eric Hobsbawm e a costumeira aplicação desse conceito em alguns trabalhos para caracterizar o movimento do cangaço, padronizando, dessa forma, lugares, paisagens e sujeitos sem levar em consideração as implicações ao homogeneizar movimento do cangaço como banditismo social, transferindo, assim, a teoria para conceituar diferentes movimentos sociais e culturais. Pensando nessa discussão, ponderam-se observações de cunho histórico-cultural para a existência de bandos de cangaceiros no sertão nordestino, pontuando as relações que permeavam a sociedade sertaneja da época, correlacionando às questões de honra, valentia e cabra-macho, agregada à conexão de vivência no ambiente da caatinga, que constituiu uma geografia do cangaço, presente no contexto cultural do sujeito sertanejo nordestino com o meio ambiente a partir dos saberes populares que garantiam aos cangaceiros a vivência e a sobrevivência como nômades. A base cultural de vivência sertaneja nordestina, constituída por meio da relação do código moral sertanejo da não desmoralização, culminou, na visão dos sujeitos sertanejos nordestinos, o reconhecimento de uma geografia do cangaço desenvolvida pela atuação dos bandos de cangaceiros que asseguram, até hoje, narrativas, quer sejam de admiração ou de aversão aos bandidos/cangaceiros, atribuindo, sobretudo, um lugar de destaque após episódios de mortes trágicas sofridas por alguns cangaceiros.