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摘要
工作提出来观察思考、欧洲新闻叙事的一个积淀在重复和重复某些词的产生,导致一个视觉世界的移民和难民的存在作为一个障碍的原因是什么岗位。因此,我们试图从吉登斯(2002)和戈梅斯(2004)的观点来理解这一过程对我们所谓的未来殖民的贡献。在这个过程中,一种秩序被投射出来,通过文字,基于整个欧洲殖民时期建立的思想。它的残余在新闻叙事和边界中积累并形成层次。两者都是冲突和权力关系的隐喻和物化,这些冲突和权力关系把不同的、“他者”的条件强加给移民和难民。我们想要提出的是,在新闻中存在一种边境叙事,它有助于在移民过程中产生意义,让我们只从边境的一边思考。在这个边界场景中,从文字殖民未来的角度来思考它,给我们带来了一个挑战,即理解新闻也是叙事创造的时代的建设者。在这项工作中,我们分析了2015年9月至12月期间出版的巴西报纸《圣保罗页报》(Folha de sao Paulo)的文本,当时关于欧洲难民问题的辩论更深入。分析的重点是难民、边界和控制等词。
Refúgio e colonização do futuro: fronteiras erguidas nas palavras
Este trabalho propõe pensar a migração forçada para a Europa sob a perspectiva de uma narrativa jornalística ancorada em repetições e reiterações de determinadas palavras que, ao produzir sentidos, resultam em uma visão de mundo que estabelece a presença dos migrantes e dos refugiados como razão de uma desordem ao que está posto. Assim, buscamos entender que esse processo contribui para o que denominamos de colonização do futuro, a partir das ideias de Giddens (2002) e Gomes (2004). Neste processo, projeta-se uma ordem, através das palavras, baseada em um pensamento construído ao longo dos períodos de colonização europeia. Seus resquícios se acumulam e formam camadas que se desvelam nas narrativas jornalísticas e nas fronteiras. Ambas nos servem como metáfora e materialização dos conflitos e das relações de poder que impõe ao migrante e ao refugiado a condição do diferente, do “outro”. Queremos propor que há uma narrativa na/de fronteira no jornalismo que contribui para a produção de sentido no processo migratório que enseja pensar apenas por um dos lados da fronteira. Nesse cenário fronteiriço, pensá-lo sob o aspecto de uma colonização do futuro pelas palavras nos impõe o desafio de entender que o jornalismo também é construtor de um tempo inventado narrativamente. Para este trabalho, foram analisados textos do jornal brasileiro Folha de São Paulo publicados entre setembro e dezembro de 2015, momento em que houve um maior aprofundamento dos debates acerca do refúgio na Europa. O recorte para a análise seguiu a partir das palavras refugiados, fronteiras e controle.