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Entre essas características, tem-se que, devido a todos os atendimentos serem escoltados por um agente penitenciário, as projeções e introjeções do psicólogo incidem sobre esses dois personagens, saindo, então, da tradicional relação dual que ocorre nos consultórios particulares, para uma relação triangular. Contratransferencialmente, o escoltante e a estrutura da segurança pública que gerencia a penitenciária tornam-se depositários da projeção do superego, pressionando o psicólogo, de forma inconsciente; e o paciente-apenado-criminoso torna-se depositário da projeção do id do profissional, que se verá defrontado a seu lado instintivo primitivo; restando ele próprio como ego-mediador entre esses dois eixos contratransferenciais.Manejar tal contratransferência torna-se de suma importância em uma instituição muitas vezes hostil à prática psicológica e na qual o sofrimento humano se revela de forma dramaticamente crua. 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A CONTRATRANSFERÊNCIA NA PRÁTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO ATUANTE NO SISTEMA PRISIONAL
O estudo da criminalidade, do encarceramento e das consequências dele na saúde mental dos apenados tem exigido que a prática do profissional psicólogo se adeque a um setting totalmente diferente do consultório particular. Considerando esta importância conceitual para a prática clínica, e que atualmente a psicologia encontra-se inserida no contexto de atendimentos no sistema prisional, considerase relevante levantar a hipótese sobre a possível existência de um tipo de contratransferência específica nesse caso. Para tanto, descreve-se como ocorre o trabalho de um psicólogo em uma penitenciária. Em seguida são expostos pontos que mostram a especificidade da contratransferência no contexto prisional, expondo suas particularidades, características e possível manejo. Entre essas características, tem-se que, devido a todos os atendimentos serem escoltados por um agente penitenciário, as projeções e introjeções do psicólogo incidem sobre esses dois personagens, saindo, então, da tradicional relação dual que ocorre nos consultórios particulares, para uma relação triangular. Contratransferencialmente, o escoltante e a estrutura da segurança pública que gerencia a penitenciária tornam-se depositários da projeção do superego, pressionando o psicólogo, de forma inconsciente; e o paciente-apenado-criminoso torna-se depositário da projeção do id do profissional, que se verá defrontado a seu lado instintivo primitivo; restando ele próprio como ego-mediador entre esses dois eixos contratransferenciais.Manejar tal contratransferência torna-se de suma importância em uma instituição muitas vezes hostil à prática psicológica e na qual o sofrimento humano se revela de forma dramaticamente crua. CAPÍTULO 3